Saúde

Hipertensão arterial prejudica qualidade do sêmen desde a juventude, revela estudo

Estudo do ICB USP revela que hipertensão afeta qualidade do sêmen desde a juventude. Danos ao acrossoma e microcirculação testicular persistem ao longo da vida. Medicamentos anti hipertensivos têm eficácia variável na reversão dos danos. Prazosina corrige parte dos danos, enquanto losartana não reverte alterações. Pesquisas futuras investigarão impacto da atividade física na saúde reprodutiva.

Estudo em ratos sugere que os prejuízos ao sêmen persistem ao longo de toda a vida reprodutiva (Foto: Mufid Majnun/Unsplash)

Estudo em ratos sugere que os prejuízos ao sêmen persistem ao longo de toda a vida reprodutiva (Foto: Mufid Majnun/Unsplash)

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Uma pesquisa realizada no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) revelou que a hipertensão arterial pode provocar alterações significativas e duradouras na qualidade do sêmen. O estudo, coordenado pelo professor Stephen Rodrigues, demonstrou que essas mudanças, que incluem danos ao acrossoma — estrutura essencial para a fertilização —, ocorrem desde a juventude e não são totalmente revertidas por medicamentos anti-hipertensivos. Os resultados foram publicados na revista Scientific Reports, com a mestranda Nicolle Machado como primeira autora.

A investigação utilizou ratos espontaneamente hipertensos em diferentes idades, desde jovens até mais velhos, e constatou que a qualidade do sêmen se deteriora precocemente, com efeitos que persistem ao longo da vida reprodutiva. Rodrigues destacou que "mesmo períodos relativamente curtos de exposição a níveis elevados de pressão arterial já são suficientes para causar danos irreversíveis". A pesquisa também avaliou a eficácia de diversos medicamentos, revelando que a losartana, embora reduza a pressão arterial, não reverte as alterações no sêmen, enquanto a prazosina mostrou-se mais eficaz, corrigindo parte dos danos.

Os pesquisadores planejam expandir o estudo para investigar o impacto da hipertensão no epidídimo, que armazena os espermatozoides, e o papel da atividade física na melhoria da qualidade do sêmen e na microcirculação testicular. Rodrigues afirmou que buscam entender se intervenções não farmacológicas, como exercícios, podem proporcionar benefícios semelhantes aos medicamentos, promovendo a saúde reprodutiva de forma natural.

O estudo ressalta a importância de investigar os efeitos da hipertensão, uma condição que afeta milhões de pessoas. Um dado alarmante é que, nos últimos 50 anos, houve uma redução de cerca de 50% na contagem de espermatozoides, tanto em indivíduos hipertensos quanto em não hipertensos. As causas desse fenômeno ainda são desconhecidas, mas a pesquisa busca contribuir para a compreensão e prevenção dessa tendência preocupante. O artigo completo pode ser acessado em www.nature.com/articles/s41598-024-77661-7.

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