Mounjaro chega ao Brasil em junho e promete revolucionar o tratamento da obesidade e diabetes

O problema da obesidade no Brasil se agrava, com a taxa de pessoas acima do peso mais que dobrando entre 2003 e 2019, alcançando 26,8% da população. Projeções indicam que esse número pode subir para 31% até 2025. A prevenção é frequentemente negligenciada, com pesquisas mostrando que metade dos brasileiros não pratica atividades físicas regularmente e consome uma dieta rica em calorias e pobre em nutrientes, favorecendo alimentos ultraprocessados. Essa combinação de sedentarismo e má alimentação contribui para o aumento da obesidade.

A ciência tem avançado na luta contra a obesidade, com destaque para medicamentos como a tirzepatida, da Eli Lilly, e a semaglutida, da Novo Nordisk. A tirzepatida, comercializada como Mounjaro, demonstrou uma redução média de 20% no peso corporal em estudos, superando a semaglutida, que apresentou uma perda de 14%. Apesar do sucesso, o Mounjaro foi aprovado apenas para o tratamento de diabetes tipo 2 no Brasil, e seu uso para obesidade ainda não é oficialmente indicado, o que implica em uso off-label.

O Mounjaro será lançado no Brasil em 7 de junho de 2024, com um preço máximo de R$ 3.791 por caixa, correspondente a um mês de tratamento. O medicamento atua em receptores hormonais que regulam a saciedade e o metabolismo da glicose, sendo uma opção para pacientes com dificuldades significativas de emagrecimento. Embora os resultados sejam promissores, especialistas alertam que mudanças no estilo de vida são essenciais para evitar o reganho de peso após a interrupção do tratamento.

A expectativa em torno do Mounjaro é alta, especialmente considerando a crescente demanda por soluções eficazes para diabetes e obesidade. No entanto, o uso indiscriminado e sem supervisão médica pode trazer riscos, como efeitos colaterais. A Eli Lilly já solicitou à Anvisa a aprovação do Mounjaro para tratamento da obesidade, e a análise do pedido está em andamento. A introdução de novos medicamentos pode representar uma mudança significativa na abordagem dessas condições crônicas no Brasil.