Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, intensifica vacinação e enfrenta desafios históricos no SUS

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, iniciou sua gestão com foco em aumentar a divulgação das campanhas de vacinação e implementar novas estratégias para combater a dengue, em resposta à pressão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por uma mudança na pasta. A prioridade é resolver problemas históricos, como as longas filas para consultas e cirurgias no Sistema Único de Saúde (SUS), que são considerados um "gargalo" da gestão anterior. Padilha, que está no cargo há três semanas, já levou o personagem Zé Gotinha a eventos públicos para promover a vacinação e anunciou um investimento de R$ 250 milhões por ano em campanhas de interesse público.

O ministro também implementou mudanças na estratégia de vacinação contra a influenza, visando aumentar a cobertura vacinal, que foi de 55% do público-alvo em 2024. O Ministério da Saúde agora disponibilizará a vacina durante todo o ano nos postos de saúde, com a meta de vacinar 90% do público prioritário, que inclui idosos, gestantes e profissionais de saúde. Além disso, Padilha planeja campanhas de vacinação em escolas e em igrejas, reconhecendo a importância de alcançar comunidades que podem ter resistência à imunização.

A gestão anterior de Nísia Trindade enfrentou dificuldades em atingir as metas de vacinação, e a comunicação foi um dos pontos críticos apontados pelo governo. Padilha também busca melhorar o acesso a consultas e cirurgias no SUS, com o Programa Mais Acesso a Especialistas, que visa acelerar o atendimento em áreas com alta demanda, como oncologia e cardiologia. Dados recentes indicam que pacientes aguardam, em média, 52 dias para realizar cirurgias pelo SUS, evidenciando a necessidade de reformas urgentes.

Além disso, Padilha se reuniu com conselhos de secretários de saúde e especialistas em dengue, discutindo a necessidade de um manejo clínico eficaz e a preparação para um possível aumento de internações devido à circulação de diferentes sorotipos do vírus. O presidente do Conass, Fábio Baccheretti, alertou sobre a importância de agir rapidamente, já que algumas regiões estão enfrentando picos de casos. A gestão de Padilha se concentra em uma abordagem mais segmentada e eficaz para enfrentar os desafios da saúde pública no Brasil.