Saúde

Calor extremo nas favelas do Rio de Janeiro reflete desigualdade e crise climática

Calor extremo nas favelas do Rio de Janeiro agrava problemas de saúde e revela desigualdade climática. Comunidades clamam por políticas públicas urgentes.

Soraia Claudino em seu terraço no Rio de Janeiro, Brasil, em 29 de março de 2025. (Foto: Leonardo Carrato)

Soraia Claudino em seu terraço no Rio de Janeiro, Brasil, em 29 de março de 2025. (Foto: Leonardo Carrato)

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Soraia Claudino, moradora do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, destaca o aumento das temperaturas e os problemas de saúde enfrentados pela comunidade. Em março, a cidade registrou 44°C, a temperatura mais alta em uma década, e no Complexo da Maré, a sensação térmica chegou a 60°C. Segundo Everton Pereira, coordenador da organização Redes da Maré, esse calor extremo é um reflexo da crise climática, que afeta desproporcionalmente as comunidades mais vulneráveis.

A falta de ventilação nas casas, muitas delas construídas com materiais que retêm calor, agrava a situação. A Secretaria Municipal de Saúde informou que mais de 3 mil pessoas buscaram atendimento médico devido a problemas relacionados ao calor, como desidratação e insolação. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que altas temperaturas podem agravar doenças cardiovasculares e respiratórias, além de afetar a saúde mental.

A geógrafa Gabriela Conc aponta que o racismo ambiental torna as favelas mais suscetíveis às mudanças climáticas. As áreas urbanas ricas, com melhor planejamento e mais áreas verdes, contrastam com as favelas, onde a população, predominantemente negra, enfrenta desigualdade histórica e falta de serviços básicos. A vulnerabilidade das favelas a desastres ambientais, como deslizamentos e inundações, é um reflexo da negligência do Estado.

Soraia implementou um telhado verde em sua casa, que reduz a temperatura interna em 10 graus. No entanto, a instalação desse sistema, que custa cerca de R$ 15 mil, é inacessível para a maioria dos moradores. A ativista Naira Santa Rita defende que a adaptação climática deve ser um direito coletivo, e que o Estado deve garantir políticas públicas que promovam justiça climática e equidade nas comunidades vulneráveis.

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