08 de abr 2025
Desigualdade no tratamento do câncer de próstata: SUS versus rede privada no Brasil
Câncer de próstata no Brasil revela desigualdade alarmante: pacientes do SUS têm sobrevida 40% menor que os da rede privada. Ações urgentes são necessárias.
Médico conversa com paciente homem em consultório (Foto: Freepik.com)
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O câncer de próstata é a neoplasia mais comum entre homens no Brasil, representando 29% dos casos de câncer nesse grupo. Anualmente, mais de 71 mil diagnósticos são registrados, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Apesar dos avanços no tratamento, as disparidades nos desfechos clínicos entre pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e da rede privada são alarmantes. Um estudo recente revelou que 85% dos pacientes analisados eram atendidos pelo SUS, apresentando taxas de sobrevida em cinco anos de 76,2%, em comparação a 86,9% na rede privada.
Essas diferenças são atribuídas a fatores como diagnóstico tardio e acesso restrito a tratamentos avançados. Em uma pesquisa apresentada pelo Latin American Cooperative Oncology Group (LACOG), a sobrevida em cinco anos foi inferior para 13 tipos de câncer, incluindo o câncer de próstata, entre pacientes do SUS. Outro estudo de 2025 indicou que homens com câncer de próstata metastático tratados na rede privada tinham uma sobrevida 40% maior do que os atendidos pelo SUS, resultando em uma diferença de aproximadamente 20 meses na sobrevida mediana.
O acesso a terapias inovadoras é um dos principais fatores que explicam essa disparidade. Cerca de 65% dos pacientes do SUS receberam tratamentos limitados, enquanto a rede privada teve maior disponibilidade de medicamentos de última geração. Além disso, muitos pacientes do sistema público são diagnosticados em estágios mais avançados da doença, o que compromete as opções de tratamento e o prognóstico.
Diante desse cenário, é urgente a necessidade de investimentos estratégicos no controle do câncer no Brasil. Garantir diagnóstico precoce e acesso a tratamentos eficazes para todos os pacientes, independentemente da condição socioeconômica, é fundamental para reduzir as desigualdades e melhorar os desfechos para os homens afetados pelo câncer de próstata.
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