17 de abr 2025
Betabloqueadores: a solução rápida para a ansiedade que pode trazer riscos sérios
Betabloqueadores, usados para problemas cardíacos, geram polêmica após Robert Downey Jr. revelá los como "calmantes" no Globo de Ouro 2024. Especialistas alertam sobre os riscos do uso sem prescrição médica e a importância de um tratamento adequado para a ansiedade.
Betabloqueadores: por que as pessoas estão usando remédios de coração para driblar a ansiedade? (Foto: Getty Images)
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Robert Downey Jr. e o debate sobre betabloqueadores para ansiedade
O ator Robert Downey Jr. revelou ter usado betabloqueador antes do Globo de Ouro 2024, reacendendo a discussão sobre o uso desses medicamentos para controlar a ansiedade sem prescrição médica. A prática, divulgada em vídeos nas redes sociais, levanta questões sobre segurança e eficácia.
Os betabloqueadores, como propranolol, atenolol e metoprolol, são tradicionalmente indicados para problemas cardíacos, como pressão alta e arritmias. Eles atuam bloqueando a ação da adrenalina, reduzindo a frequência cardíaca e a pressão arterial.
Como os betabloqueadores atuam na ansiedade?
Segundo o cardiologista Marcelo Bergamo, os betabloqueadores inibem a ação da adrenalina, controlando os sintomas físicos da ansiedade, como taquicardia e tremores. O psiquiatra Tales Alberto Giannico Cordeiro explica que essa ação pode dar uma falsa sensação de controle, mas não trata a causa da ansiedade.
Embora não curem a ansiedade, os betabloqueadores podem ser prescritos em casos específicos, como ansiedade de desempenho, com acompanhamento médico. O uso é recomendado para controlar sintomas físicos em momentos pontuais, mas não para transtornos generalizados.
Riscos do uso sem prescrição
Especialistas alertam para os perigos do uso de betabloqueadores sem orientação médica. A automedicação pode mascarar problemas cardíacos, causar pressão baixa, agravar asma e diabetes, além de interagir com outros medicamentos.
O uso contínuo e indiscriminado pode alterar a resposta do corpo ao estresse e causar dependência psicológica. A interrupção abrupta pode provocar o efeito rebote, com aumento da pressão e frequência cardíaca.
Tratamento adequado para a ansiedade
O tratamento da ansiedade deve ser multidisciplinar e individualizado, com acompanhamento médico e psicológico. Além de medicações, como antidepressivos, são recomendadas terapia, técnicas de relaxamento, exercícios físicos, alimentação balanceada e sono regulado.
“Tomar um betabloqueador para a ansiedade é como tomar um analgésico para uma fratura sem imobilizar o osso”, compara o psiquiatra Tales Cordeiro, reforçando que o medicamento apenas mascara o problema, sem resolvê-lo.
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