Abelhas ajudam agricultores a proteger plantações de elefantes no Quênia

Os agricultores no Quênia estão utilizando cercas feitas com colmeias para proteger suas plantações dos elefantes. Essa abordagem inovadora, que surgiu após décadas de pesquisa, tem se mostrado eficaz em reduzir conflitos entre humanos e esses animais, além de gerar renda adicional através da produção de mel.

O conflito entre humanos e elefantes tem aumentado globalmente, especialmente em áreas onde a agricultura invade os habitats naturais dos elefantes. No Quênia, a expansão das terras agrícolas força os elefantes a buscar comida e água em áreas habitadas. Greta Francesca Iori, consultora de conservação de elefantes, destaca que a recuperação das populações de elefantes intensifica esses confrontos.

A ideia de usar abelhas para afastar os elefantes começou no início dos anos 2000, quando pesquisadores ouviram histórias locais sobre a aversão dos elefantes às colmeias. Em 2007, estudos confirmaram que os elefantes evitam áreas com colmeias, levando à criação de cercas que combinam colmeias verdadeiras e falsas. Essas cercas têm se mostrado eficazes, espantando 75% dos elefantes que se aproximam.

Além de proteger as plantações, as cercas de colmeias proporcionam uma fonte de renda. Emmanuel Mwamba, agricultor da vila de Mwakoma, relata que a produção de mel tem sido crucial para a sobrevivência de sua família. Atualmente, a comunidade conta com 700 colmeias em três aldeias, permitindo uma convivência mais pacífica com os elefantes.

Apesar dos benefícios, há limitações. As populações de abelhas podem sofrer com secas e mudanças climáticas, o que pode impactar a eficácia das cercas. Pesquisadores sugerem que uma abordagem multifacetada, combinando diferentes métodos de proteção, pode ser a chave para mitigar os conflitos entre humanos e elefantes.