24 de abr 2025
Anvisa aprova donanemabe, novo tratamento que retarda Alzheimer em 35%
A Anvisa aprovou o donanemabe, novo tratamento para Alzheimer em estágio inicial, que pode retardar a progressão da doença em até 35%.
TRATAMENTO - Infusões a cada quatro semanas: voluntários com doença de Alzheimer e grupo placebo foram acompanhados por 18 meses (Eli Lilly/Divulgação)
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, em 22 de abril de 2025, o donanemabe, comercializado como Kisunla, para o tratamento da doença de Alzheimer em estágio inicial. O medicamento, desenvolvido pela Eli Lilly, demonstrou em estudos clínicos a capacidade de retardar a progressão da doença em 35% em casos menos avançados.
Os ensaios clínicos, que duraram 18 meses, envolveram infusões a cada quatro semanas. Os resultados mostraram que os pacientes que receberam o anticorpo monoclonal apresentaram uma redução significativa na progressão da doença em comparação ao grupo placebo. Para os participantes com comprometimento cognitivo leve, o retardo foi de 35%, enquanto no grupo geral foi de 22%.
Claudia Ramos, neurologista da Universidade de São Paulo (USP), destacou que, embora o medicamento represente um avanço, é necessário cautela. O tratamento é indicado apenas para pacientes com acúmulo da proteína beta-amiloide, que pode ser detectado por exames invasivos. A especialista ressaltou que o donanemabe atua sobre a cascata amiloide, um dos principais mecanismos da doença.
Apesar dos benefícios, o uso do donanemabe pode acarretar riscos. A Eli Lilly alertou sobre possíveis efeitos colaterais, como dor de cabeça e anormalidades de imagem relacionadas à amiloide, conhecidas como ARIA. Esses eventos podem incluir inchaço cerebral e, em casos raros, hemorragias. Estudos indicaram que 37% dos participantes apresentaram ARIA, com alguns casos assintomáticos.
O tratamento é considerado caro e exige centros de infusão com monitoramento rigoroso. Luiz Magno, diretor médico sênior da Eli Lilly do Brasil, afirmou que a aprovação do donanemabe é um marco para a ciência e para os pacientes que buscam novas opções de tratamento.
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