25 de abr 2025
Estudo revela ligação entre traços de personalidade e insônia em adultos brasileiros
Estudo da USP revela que traços de personalidade, como neuroticismo e abertura, influenciam a insônia, mediada pela ansiedade.
Calcula-se que cerca de 30% da população mundial sofra com a insônia. (Foto: Andrii Lysenko/Adobe Stock)
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Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) revelou que altos níveis de neuroticismo estão associados à insônia, enquanto a abertura de personalidade está ligada a menores índices do distúrbio. A pesquisa, publicada no Journal of Sleep Research, destaca a ansiedade como mediadora nessa relação.
A insônia, que afeta cerca de 30% da população mundial, é ainda mais prevalente em São Paulo, onde 45% dos habitantes relatam dificuldades para dormir. A psicóloga Bárbara Araújo Conway, autora da dissertação, explica que o estudo surgiu da necessidade de entender como os traços de personalidade influenciam esse transtorno, que pode levar a problemas de saúde como hipertensão e depressão.
Os pesquisadores analisaram quinhentos e noventa e cinco participantes entre 18 e 59 anos, divididos em dois grupos: um com pacientes diagnosticados com insônia e outro sem queixas. Os resultados mostraram que 61,7% dos insones apresentaram alto índice de neuroticismo, em comparação com 32% do grupo-controle. Além disso, 40,7% dos insones tinham baixos índices de abertura, contra 23% do grupo saudável.
Relação entre Neuroticismo e Ansiedade
A pesquisa identificou que a ansiedade atua como um mecanismo de mediação, explicando como o neuroticismo influencia o desenvolvimento da insônia. A depressão, por outro lado, não se mostrou um fator significativo nessa relação. Os dados sugerem que tratar a ansiedade é fundamental para melhorar a insônia.
Conway ressalta a importância de conhecer os traços de personalidade dos pacientes com insônia para um tratamento mais eficaz. A terapia cognitivo-comportamental aplicada à insônia (TCC-I) é considerada o tratamento padrão, mas a escassez de profissionais especializados no Brasil é um desafio.
Os pesquisadores defendem a criação de protocolos de tratamento personalizados, que integrem técnicas para abordar tanto a insônia quanto a ansiedade. Essa abordagem pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes e oferecer um suporte mais adequado às suas necessidades.
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