Estudo revela que exposição a ftalatos pode aumentar risco de doenças cardiovasculares

Uma pesquisa recente publicada na revista eBioMedicine revelou que a exposição ao ftalato di(2-etilhexil)ftalato, conhecido como DEHP, pode ter contribuído para mais de 350 mil mortes por doenças cardiovasculares em 2018. O estudo analisou dados de duzentos países e destacou que 13% das mortes globais por doenças cardiovasculares em pessoas de 55 a 64 anos podem estar associadas a esse composto químico.

Os pesquisadores identificaram que as regiões da Ásia e do Oriente Médio apresentaram as maiores taxas de mortalidade relacionadas ao DEHP, com cerca de 17% das mortes por doenças cardiovasculares atribuídas à exposição a esse ftalato. Em comparação, a América Latina, Leste Asiático, Pacífico e Canadá tiveram aproximadamente 13%, enquanto Austrália e África ficaram em torno de 12%.

A cardiologista Jayne Morgan, vice-presidente de assuntos médicos da Hello Heart, ressaltou que o estudo reforça a necessidade de investigar os riscos associados ao uso de plásticos. Embora a pesquisa seja observacional, ela sugere que a exposição a microplásticos pode desencadear inflamações crônicas e impactar o sistema imunológico. Morgan enfatizou que é crucial reduzir a exposição a plásticos para melhorar os resultados cardiovasculares.

Além disso, um estudo anterior da mesma equipe indicou que os ftalatos podem estar relacionados a cerca de 100 mil mortes prematuras anualmente nos Estados Unidos entre pessoas de 55 a 64 anos. Os ftalatos têm sido associados a problemas de saúde, incluindo doenças reprodutivas, asma e câncer.

A crescente preocupação com os efeitos dos plásticos na saúde pública levou especialistas a recomendar a redução do uso de produtos plásticos, especialmente os descartáveis. Sugestões incluem optar por utensílios e recipientes de metal ou vidro e evitar alimentos processados que costumam vir em embalagens plásticas.