Saúde

Onças-pardas enfrentam riscos nas estradas de São Paulo com altos índices de atropelamentos

Onças pardas enfrentam aumento de atropelamentos em São Paulo; avistamentos recentes revelam a presença da espécie em áreas urbanas.

Onça-parda fotografada em São Sebastião, no litoral de São Paulo (Foto: Ernesto Rodrigues - 1°.out.15/Folhapress)

Onça-parda fotografada em São Sebastião, no litoral de São Paulo (Foto: Ernesto Rodrigues - 1°.out.15/Folhapress)

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Nos últimos dez anos, uma média de 47 onças-pardas foram atropeladas anualmente nas estradas de São Paulo. Esse dado, fornecido pela pesquisadora Fernanda Abra, da ViaFauna, evidencia a crescente interação entre a espécie e os seres humanos, além da redução de seu habitat. Recentemente, avistamentos em Mairiporã e um resgate em Assis destacam a presença da onça-parda em áreas urbanas.

Rogério Cunha, coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), aponta que os atropelamentos e a caça retaliatória são as principais causas de morte da espécie. Ele ressalta que ataques a pessoas são raros e ocorrem em situações de defesa, como quando o animal se sente acuado.

O avanço urbano desordenado e o aumento das áreas de cultivo agrícola têm reduzido os habitats naturais da onça-parda. Cunha explica que esses animais costumam cruzar estradas em busca de áreas preservadas, aumentando o risco de atropelamentos. A malha rodoviária extensa em São Paulo contribui para essa situação, tornando os acidentes mais frequentes em comparação a outras regiões do país.

Medidas de Conservação

As concessionárias de rodovias têm buscado alternativas para reduzir os atropelamentos, como a construção de passagens subterrâneas. Roberto Fusco, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), sugere que pecuaristas evitem a caça e busquem serviços de proteção florestal. Ele destaca que, com estudos adequados, é possível implementar soluções como cercas elétricas e barreiras sonoras.

Embora o número de atropelamentos de onças-pardas seja menor que o de outras espécies ameaçadas, como o lobo-guará e o tamanduá-bandeira, a situação é preocupante. Fernanda Cavalcanti, coordenadora-executiva do Programa de Conservação de Mamíferos do Cerrado, alerta que a onça-parda, como predador de topo, enfrenta um decréscimo em suas populações, especialmente em regiões como Pernambuco e Rio Grande do Sul.

A destruição de biomas essenciais para a reprodução de diversas espécies, como o Cerrado e a Mata Atlântica, intensifica o alerta sobre o risco regional. Fernando Tortato, coordenador do Programa de Conservação do Brasil da Panthera, ressalta que a maior visibilidade das onças-pardas em áreas urbanas pode ser atribuída ao aumento do uso de celulares com câmeras, facilitando os registros.

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