05 de mai 2025
Cresce o interesse pela psilocibina no Brasil, mas falta regulamentação e dados confiáveis
Cresce o uso da psilocibina no Brasil, mas dados sobre seu consumo são escassos. Estudo revela apenas 13 ocorrências no SUS em 15 anos.
Psilocibina é o princípio ativo dos cogumelos mágicos (Foto: Todd Korol/The New York Times)
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Pesquisadores do Instituto Micélio Sagrado, em parceria com especialistas da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), revelaram que o uso da psilocibina, princípio ativo dos cogumelos mágicos, pode estar crescendo no Brasil. Contudo, a substância enfrenta um status legal ambíguo, não sendo formalmente proibida nem permitida, o que dificulta a coleta de dados sobre seu consumo.
Um estudo analisou quinze anos de registros do Sistema Único de Saúde (SUS) e encontrou apenas 13 ocorrências relacionadas à psilocibina. O farmacólogo Marcel Nogueira, líder da pesquisa, destacou que a escassez de dados reflete a falta de atenção da comunidade de saúde sobre o tema. "Estamos no escuro em relação ao consumo no Brasil", afirmou Nogueira.
A pesquisa indica que, embora o número de incidentes seja baixo, isso pode não refletir a realidade do uso da substância. A psilocibina não está na lista de substâncias proibidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), dificultando a avaliação do consumo. Nos Estados Unidos, o uso da psilocibina aumentou significativamente, especialmente em estados que legalizaram a substância, o que pode influenciar o Brasil.
Contexto Legal e Social
Nogueira enfatiza a necessidade de regulamentação do uso responsável da psilocibina, semelhante ao que foi feito com a ayahuasca. Ele acredita que a proibição não é o melhor caminho e que a sociedade se beneficiaria com um acesso seguro e consciente à substância. O Instituto Micélio Sagrado também oferece suporte jurídico a usuários processados por posse de psilocibina, buscando esclarecer que a ausência de regulamentação não implica ilegalidade.
A pesquisa clínica sobre psicodélicos, incluindo a psilocibina, está em expansão no Brasil. Um editorial do Jornal Brasileiro de Psiquiatria destaca a oportunidade do país em liderar a pesquisa nessa área, dada sua rica herança cultural e científica. Apesar do avanço nas pesquisas, a falta de informação sobre o uso da psilocibina na sociedade permanece um desafio.
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