06 de mai 2025
Cientistas propõem novo transtorno mental relacionado ao uso excessivo de redes sociais
Cientistas propõem classificar o uso excessivo de redes sociais como um novo transtorno mental, destacando sua urgência na saúde de adolescentes.
Usar o celular em situações que prejudicam a vida está entre os sinais de vício (Foto: Pexels)
Ouvir a notícia:
Cientistas propõem novo transtorno mental relacionado ao uso excessivo de redes sociais
Ouvir a notícia
Cientistas propõem novo transtorno mental relacionado ao uso excessivo de redes sociais - Cientistas propõem novo transtorno mental relacionado ao uso excessivo de redes sociais
Um novo estudo no Reino Unido revela que adolescentes com problemas de saúde mental passam, em média, cinquenta minutos a mais nas redes sociais do que seus pares sem tais condições. Publicado na revista Nature Human Behavior, o trabalho analisou dados de três mil e trezentos e quarenta adolescentes entre 11 e 19 anos. Os resultados indicam que esses jovens são mais insatisfeitos com suas experiências online.
Pesquisadores da Universidade de Cambridge destacam que 16% dos participantes apresentaram pelo menos uma condição de saúde mental. Entre eles, oito por cento tinham transtornos como ansiedade e depressão, que os tornaram mais vulneráveis a experiências negativas nas redes sociais. Os adolescentes com essas condições relataram maior insatisfação com o número de amigos online e foram mais afetados por comentários e reações a suas postagens.
Proposta de Novo Transtorno
Cientistas sugerem que a relação prejudicial de alguns adolescentes com as redes sociais seja reconhecida como um novo tipo de transtorno mental. Se aceita, essa proposta poderia ser incluída no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) e na Classificação Internacional de Doenças (CID). O pediatra Dimitri Christakis e a sanitarista Lauren Hale defendem a urgência dessa classificação, citando que mais de seis milhões de adolescentes americanos já exibem o que chamam de "consumo pesado de mídia".
A proposta inicial é definir limites de tempo para o uso de redes sociais, embora os pesquisadores reconheçam que o conteúdo consumido também deve ser considerado. A relação entre o tempo gasto nas redes e a saúde mental é complexa, envolvendo fatores como bullying e conteúdos prejudiciais.
Diretrizes e Recomendações
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já publicou diretrizes sobre o uso de dispositivos por crianças e adolescentes. Para crianças menores de dois anos, recomenda-se evitar o uso de telas, enquanto para aquelas de dois a quatro anos, o limite é de uma hora supervisionada por dia. Para adolescentes, a Academia Americana de Pediatria sugere que o uso de redes sociais seja monitorado, sem estabelecer um limite de tempo específico.
Os especialistas alertam que a compulsão por mídias sociais pode ser tanto causa quanto consequência de problemas de saúde mental. A psicopediatra Jashvini Amirthalingam ressalta que a interação nas redes sociais deve ser equilibrada com conexões reais, especialmente para jovens vulneráveis.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.