09 de mai 2025
Cientista brasileira mapeia umidade na Amazônia para entender eventos climáticos extremos
Cientista mapeia umidade na Amazônia e revela que 40% da água é reciclada entre julho e outubro, destacando o impacto do desmatamento.
Barcos navegam na confluência entre o rio Negro e o rio Solimões em região próxima a Manaus (Foto: Bruno Kelly - 22.mar.25/Reuters)
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Um projeto de pesquisa liderado pela cientista Marina Hirota, da Universidade Federal de Santa Catarina, está mapeando as interações da água na Amazônia. Os dados revelam que quarenta por cento da umidade na região é reciclada entre julho e outubro, evidenciando o impacto do desmatamento na disponibilidade hídrica.
A pesquisa visa rastrear a origem e o destino da umidade que circula na Amazônia, essencial para a saúde das bacias hidrográficas e o regime de chuvas no Brasil. Hirota explica que é possível acompanhar o percurso da água desde sua evaporação até a precipitação e a absorção pelo solo. O estudo considera também a contribuição da água subterrânea.
Os pesquisadores utilizam dados de satélites e informações de campo para criar um modelo tridimensional que rastreia o movimento da umidade. A pesquisa já mapeou todo o movimento da água na atmosfera e entre grandes bacias hidrográficas. Os próximos passos incluem aprimorar o mapeamento da água subterrânea e avaliar os impactos de perturbações no sistema hídrico.
Hirota apresentou os avanços da pesquisa na conferência Amazonian Leapfrogging 3.0, realizada em Princeton. O evento reuniu cientistas, líderes indígenas e representantes da sociedade civil para discutir soluções para problemas como seca e desmatamento. A cientista destaca que a reciclagem da umidade é mais significativa entre julho e outubro, período em que a umidade reciclada na Amazônia chega a quarenta por cento, superando a média anual de trinta por cento.
O desmatamento e as queimadas afetam a capacidade das árvores de bombear umidade para a atmosfera, o que pode resultar em secas extremas e alterações no regime de chuvas. As informações obtidas são cruciais para abordar questões de abastecimento de água e segurança alimentar.
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