Mounjaro é lançado no Brasil, mas uso para emagrecimento gera polêmica entre especialistas

O Mounjaro (tirzepatida) começou a ser comercializado no Brasil em 5 de junho. A pré-venda do medicamento, que é um agonista de GLP-1, foi antecipada em dois dias em relação à data prevista. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) alerta que a propaganda do produto é restrita a profissionais de saúde, pois se trata de um medicamento sujeito à prescrição médica.

A farmacêutica Eli Lilly, responsável pelo Mounjaro, destaca que o medicamento é eficaz no tratamento do diabetes. No entanto, sua utilização para emagrecimento não é aprovada pela Anvisa, o que gera preocupações. O professor Thiago de Melo, do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), ressalta que o uso do medicamento fora das indicações pode prejudicar pacientes diabéticos que realmente necessitam do fármaco.

A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) expressou preocupação com o uso da tirzepatida para fins estéticos. O médico Bruno Halpern, vice-presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), considera o lançamento um marco, mas enfatiza que a aprovação para emagrecimento é necessária para ampliar o acesso ao tratamento.

As farmácias estão vendendo o Mounjaro sob prescrição, com preços variando de R$ 1.700,00 a R$ 2.400,00. A Anvisa publicou uma norma que exige receita em duas vias para medicamentos dessa classe, com início previsto para 23 de junho. A Eli Lilly não divulga informações sobre o volume do produto, mas afirma que a distribuição está em andamento nas principais redes de farmácia do país.