Homens têm mais que o dobro de risco de morte por cardiomiopatia de takotsubo

A cardiomiopatia de takotsubo, conhecida como "síndrome do coração partido", afeta predominantemente mulheres, mas um novo estudo revela que homens têm mais que o dobro da probabilidade de morrer devido à condição. A pesquisa, realizada entre 2016 e 2020, analisou quase duzentos mil casos nos Estados Unidos e mostrou que a taxa de mortalidade para homens é de 11,2%, enquanto para mulheres é de 5,5%. A mortalidade geral entre os pacientes foi de 6,58%, sem melhorias significativas ao longo de cinco anos.

Os pesquisadores da Universidade do Arizona, liderados pelo cardiologista M. Reza Movahed, expressaram surpresa com a alta taxa de mortalidade e complicações hospitalares associadas à cardiomiopatia de takotsubo. A condição é frequentemente desencadeada por estresse emocional ou físico, levando ao enfraquecimento do coração. Embora a maioria dos casos ocorra em mulheres, a gravidade dos sintomas e a mortalidade são mais elevadas entre os homens.

Diferenças de Gênero

Os dados indicam que 80% dos casos de takotsubo foram diagnosticados em mulheres, mas a mortalidade masculina é alarmante. Movahed sugere que o estresse físico, mais comum entre homens, pode ser um fator que contribui para essa discrepância. Além disso, a pesquisa identificou que 35,9% dos pacientes apresentaram insuficiência cardíaca congestiva, e outros problemas cardiovasculares, como fibrilação atrial e acidente vascular cerebral, também foram frequentes.

A cardiomiopatia de takotsubo é muitas vezes confundida com um ataque cardíaco, dificultando o diagnóstico. Os pesquisadores enfatizam a importância de aumentar a conscientização sobre a condição para melhorar o tratamento. A condição, que pode ocorrer sem um gatilho identificável, é caracterizada por um aumento nos hormônios do estresse que afetam o coração.

Necessidade de Mais Pesquisa

Os especialistas destacam que mais pesquisas são necessárias para entender melhor a cardiomiopatia de takotsubo e suas causas. A condição, que representa cerca de 2 a 3% dos casos de síndrome coronariana aguda, pode ser subdiagnosticada. A falta de previsibilidade sobre quem pode desenvolver a forma mais grave da doença torna a situação ainda mais complexa.