Venda de tadalafila cresce 20 vezes no Brasil e gera preocupações sobre uso recreativo

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu, nesta quarta-feira (14), a venda do gummy "Metbala", que contém tadalafila, produzido pela empresa FB Manipulação Ltda. A decisão impede a comercialização, distribuição, fabricação e propaganda do produto, que não possui autorização da Anvisa. A agência destacou que a tadalafila, indicada para tratar disfunção erétil, é um medicamento que deve ser prescrito por profissionais de saúde.

Nos últimos anos, as vendas de tadalafila no Brasil cresceram significativamente. Em 2024, foram comercializadas 64,7 milhões de unidades, um aumento de quase 20 vezes em relação a 2015, quando foram vendidas apenas 3,2 milhões. Essa popularidade se deve, em parte, ao uso recreativo do medicamento, que tem gerado preocupações sobre dependência emocional e saúde pública.

O influenciador digital Jon Vlogs lançou o "Metbala" no início do ano, afirmando que o produto era "100% legalizado". No entanto, a Anvisa esclareceu que a empresa não tinha autorização para fabricar medicamentos. A proibição se aplica a qualquer pessoa ou veículo de comunicação que comercialize ou divulgue o produto, com penalidades previstas para quem descumprir a ordem.

A tadalafila é um inibidor da enzima fosfodiesterase tipo 5 (PDE5) e atua aumentando o fluxo sanguíneo no pênis durante a estimulação sexual. Embora seja um medicamento seguro, seu uso sem orientação médica pode levar a efeitos colaterais e agravar inseguranças sexuais. Especialistas alertam que o uso inadequado pode transformar o ato sexual em uma experiência mecânica, prejudicando conexões emocionais genuínas.