AVC é a segunda maior causa de mortes no Brasil e sistema de saúde enfrenta desafios

O acidente vascular cerebral (AVC) é a principal causa de mortes cardíacas no Brasil, com mais de 84 mil óbitos registrados em 2024. A hipertensão é o principal fator de risco, afetando cerca de 50,7 milhões de brasileiros, mas apenas 33% desse grupo mantém a pressão arterial controlada.

A rede pública de saúde enfrenta dificuldades tanto na prevenção quanto no atendimento a pacientes com AVC. A maioria dos casos está relacionada a fatores de risco modificáveis, como a hipertensão. Os sintomas incluem fraqueza em um lado do corpo, dificuldade para falar e dor de cabeça intensa. O tratamento deve ser iniciado rapidamente, com o uso de trombolíticos em até 4 horas e 30 minutos após o início dos sintomas.

Desigualdade no Atendimento

A habilitação de hospitais para tratamento de AVC é desigual no Brasil. Desde 2012, o Sistema Único de Saúde (SUS) criou centros especializados, totalizando 119, mas a distribuição é desigual. No Pará, há apenas um hospital habilitado para trombólise, enquanto no Amazonas, apenas a capital, Manaus, possui hospitais capacitados.

Recentemente, a trombectomia mecânica foi incorporada ao SUS, mas apenas 13 hospitais estão habilitados para esse procedimento, todos fora das regiões Norte e Centro-Oeste. Maramélia Miranda, coordenadora da Academia Brasileira de Neurologia, destaca a necessidade de mais centros habilitados, especialmente em grandes cidades como São Paulo.

Ações Necessárias

O Ministério da Saúde afirma que disponibiliza 17 procedimentos para o tratamento do AVC no SUS. A organização da rede assistencial e o cumprimento dos protocolos são responsabilidades das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde. Maramélia sugere campanhas de conscientização para que a população saiba como agir ao perceber os sintomas, buscando hospitais habilitados.

O controle da hipertensão é fundamental para a prevenção do AVC. A doença pode ser gerenciada com medicamentos e mudanças no estilo de vida, como a prática de atividades físicas e uma dieta equilibrada. A Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda manter a pressão arterial abaixo de 140 por 90 mmHg.