17 de mai 2025
Conitec recomenda uso de membrana amniótica no SUS para tratamento de queimaduras
Membrana amniótica será adotada pelo SUS para tratar queimaduras, aumentando a oferta de tratamentos e segurança nos procedimentos.
Membrana amniótica coletada na hora do parto será usada em queimaduras (Foto: Divulgação/SantaCasaPOA)
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A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) recomendou, na sexta-feira (9), a adoção da membrana amniótica para o tratamento de queimaduras pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A decisão deve ser publicada no Diário Oficial da União em até 180 dias. A membrana, parte da placenta, será coletada durante partos cesarianos com a autorização da mãe.
O objetivo é oferecer uma alternativa acessível e segura aos curativos convencionais, além de aumentar a disponibilidade de pele humana nos bancos de tecidos, que atualmente atendem apenas 40% da demanda no Brasil. Segundo a Sociedade Brasileira de Queimaduras, cerca de 1 milhão de pessoas sofrem queimaduras anualmente no país.
Eduardo Chem, diretor do Banco de Tecidos de um hospital e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, liderou a iniciativa após a tragédia da Boate Kiss em 2013. Ele destacou que a quantidade de doações de pele superou a de vítimas, resultando em estoques. Em casos de grandes queimaduras, a remoção do tecido morto é necessária, mas deixar a ferida aberta aumenta o risco de contaminação.
Processo de Coleta e Segurança
A membrana amniótica, após a coleta, passará por análises microbiológicas e triagens para garantir a segurança do uso. A coleta será feita apenas em partos cesarianos, reduzindo o risco de contaminação. Chem explicou que o processo atual de doação de pele humana é complexo e caro, enquanto a membrana já vem esterilizada.
A expectativa é que a nova opção aumente o índice de doações, já que a abordagem com mães que acabaram de dar à luz é mais aceitável do que com familiares de doadores de pele. Em países onde a membrana amniótica é aprovada para queimaduras, seu uso é regulamentado para outros procedimentos.
A recomendação da Conitec ainda precisa ser validada pelo Ministério da Saúde. A aprovação da membrana amniótica no tratamento de queimaduras está em avaliação, após um longo processo de regulamentação iniciado em 2013. A expectativa é que a escassez de pele humana nos bancos de tecidos seja amenizada com essa nova alternativa.
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