18 de mai 2025

Desafio do desodorante se espalha nas redes após tragédia com menina
Desafios perigosos nas redes sociais persistem após a morte de menina, enquanto TikTok enfrenta pressão por regulamentação no Brasil.
Foto:Reprodução
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A morte de Sarah Raíssa Pereira de Castro, de 8 anos, após participar do "desafio do desodorante" nas redes sociais, levantou preocupações sobre a segurança de crianças online. O incidente ocorreu em abril e, desde então, desafios perigosos continuam a ser disseminados em plataformas como TikTok e Kwai. Um relatório da psicóloga Fernanda Rasi Madi revelou que esses conteúdos ainda circulam, apesar da tragédia.
A pesquisa identificou que vídeos relacionados a esses desafios acumulam milhões de visualizações e comentários que incentivam a prática. O TikTok, em resposta a questionamentos, afirmou que suas diretrizes proíbem a promoção de atividades perigosas, mas não especificou quantos conteúdos foram removidos. Entre outubro e dezembro de 2024, a plataforma retirou mais de 153 milhões de vídeos, sendo 20,8% relacionados a diretrizes de saúde mental e comportamental.
Desafios Perigosos e Vulnerabilidade
O estudo de Madi destaca que os desafios, como o do desodorante, são frequentemente adaptados em novas versões, como queimar a pele com aerossol. As hashtags utilizadas para divulgar esses vídeos misturam temas de saúde mental, o que sugere que o público-alvo inclui adolescentes vulneráveis. Alguns vídeos, embora pareçam alertas, funcionam como tutoriais para a prática dos desafios.
A coleta de dados foi realizada entre 15 de abril e 7 de maio, resultando em mais de 30 conteúdos relacionados, com curtidas variando de menos de 100 a mais de 84 mil. Madi alerta que jogos e redes sociais têm se tornado portas de entrada para a radicalização de jovens, promovendo a dessensibilização a conteúdos violentos.
Falta de Respostas e Críticas
Um mês após a morte de Sarah, a polícia ainda não trouxe atualizações sobre o caso. As autoridades informaram que o celular da menina foi enviado para perícia, mas não há novidades sobre a identificação dos responsáveis. O TikTok, que enfrenta críticas, também foi mencionado em uma polêmica envolvendo o presidente Lula, que defendeu a regulamentação das redes sociais no Brasil.
A situação evidencia a fragilidade dos mecanismos de moderação das plataformas, especialmente para um público tão jovem. A permanência de conteúdos perigosos nas redes sociais levanta questões sobre a responsabilidade das empresas em proteger seus usuários.
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