Saúde

Ondas de calor no Brasil aumentam e afetam saúde e vulneráveis em comunidades

Estudo da UFSC aponta que bloqueios atmosféricos podem intensificar ondas de calor no Brasil em até dez vezes até 2071, afetando a saúde da população.

Pedestres enfrentam sol forte e calor intenso enquanto os termômetros de rua registram 42°C na rua da Consolação, na região central da cidade de São Paulo. (Foto: FÁBIO VIEIRA/FOTORUA/ESTADÃO CONTEÚDO)

Pedestres enfrentam sol forte e calor intenso enquanto os termômetros de rua registram 42°C na rua da Consolação, na região central da cidade de São Paulo. (Foto: FÁBIO VIEIRA/FOTORUA/ESTADÃO CONTEÚDO)

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O Brasil enfrenta um aumento acentuado nas ondas de calor, com um estudo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) indicando que esses fenômenos podem se intensificar em até dez vezes até 2071. O estudo aponta que bloqueios atmosféricos, que impedem a chegada de frentes frias, são responsáveis por esse aumento, criando uma bolha de calor que resulta em temperaturas extremas.

A capital paulista exemplifica essa mudança climática. Antes de 2000, São Paulo registrava, em média, um dia por verão com temperaturas acima da média. Entre 2015 e 2019, esse número subiu para mais de sete dias, e no verão de 2024, foram 23 dias de calor extremo. As temperaturas anormais também ocorrem fora do verão, como evidenciado pelo segundo veranico em maio.

Impactos nas Comunidades Vulneráveis

Mais de 16 milhões de brasileiros, cerca de 8,1% da população, vivem em áreas onde a adaptação às mudanças climáticas é desafiadora. Na Zona Oeste de São Paulo, a dona de casa Maria da Conceição Mendes relata que as temperaturas dentro de sua casa superam os 30°C, mesmo em dias considerados amenos. Para lidar com o calor, ela utiliza métodos improvisados, como toalhas molhadas e bacias com água.

O calor extremo também traz sérios riscos à saúde. O patologista Paulo Saldiva, da Universidade de São Paulo (USP), alerta que nos 2,5% dos dias mais quentes do ano, o risco de morte por causas naturais aumenta em até 50%, especialmente entre grupos vulneráveis.

Necessidade de Adaptação

Especialistas enfatizam a urgência de investimentos em adaptação climática. Saldiva defende que é essencial tornar as cidades mais verdes, com o plantio de árvores e a criação de florestas urbanas. A venda de ar-condicionado cresceu 38% no último ano, mas menos de duas em cada dez casas no Brasil possuem esse equipamento. A situação exige ações imediatas para mitigar os efeitos das ondas de calor e proteger a saúde da população.

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