22 de mai 2025

Médicos e farmácias formam mercado paralelo para venda de Mounjaro
Clínicas vendem tirzepatida manipulada para emagrecimento, mas sem controle de qualidade. Anvisa alerta sobre riscos à saúde.
Foto:Reprodução
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O Mounjaro, medicamento indicado para diabetes tipo 2, está prestes a ser lançado no Brasil, mas já gera um mercado paralelo. Clínicas e farmácias de manipulação oferecem versões manipuladas da tirzepatida, princípio ativo do medicamento, sem controle de qualidade.
Protocolos de emagrecimento com a substância manipulada estão sendo vendidos, e há relatos de contrabando de canetas injetáveis. A Anvisa e entidades médicas alertam para os riscos à saúde associados a essas práticas. As clínicas alegam que utilizam tirzepatida “com 99% de pureza”, mas não há transparência sobre a origem dos insumos ou a qualidade dos produtos.
Os pacotes de tratamento variam de R$ 3 mil a R$ 10 mil, valores até quatro vezes superiores ao preço estimado do Mounjaro. Além da ampola manipulada, os pacotes incluem acompanhamento nutricional e procedimentos estéticos. Profissionais de saúde, muitas vezes influenciadores, promovem esses tratamentos, mesmo sem especialização registrada.
A manipulação de medicamentos segue regras diferentes da indústria farmacêutica. Enquanto a indústria deve cumprir rigorosos padrões de qualidade, as farmácias de manipulação não têm a mesma exigência, desde que haja uma receita médica. Essa flexibilidade gera preocupações sobre a segurança dos produtos oferecidos.
Dados da Receita Federal indicam que, entre 2023 e 2025, foram importados mais de 30 kg de semaglutida e quase 22 kg de tirzepatida. A Anvisa não realiza análises laboratoriais para confirmar a qualidade dos insumos manipulados. A falta de fiscalização adequada permite que produtos potencialmente perigosos cheguem ao mercado.
A manipulação de tirzepatida é considerada uma infração pelo Conselho Federal de Medicina, que alerta para os riscos sanitários. A situação é alarmante, com a Polícia Federal monitorando casos de contrabando e apreendendo milhares de unidades de medicamentos ilegais. A falta de controle e a busca por lucro colocam em risco a saúde pública, conforme afirmam especialistas.
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