23 de mai 2025
Paiter-Suruí preserva saberes tradicionais sobre primatas em meio a desafios ambientais
Conhecimento tradicional dos Paiter Suruí sobre primatas é vital para a conservação e gestão ambiental na Terra Indígena Sete de Setembro.
Foto: Reprodução
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O povo Paiter-Suruí, que habita a Terra Indígena Sete de Setembro, está no centro de uma pesquisa que investiga seu conhecimento tradicional sobre primatas. O estudo, realizado entre 2021 e 2022, destaca a importância cultural e ecológica dessas espécies, propondo sua integração ao Plano de Gestão Territorial e Ambiental.
A pesquisa, desenvolvida no Museu Paraense Emílio Goeldi, é a primeira a sistematizar o conhecimento etnoprimatológico dos Paiter-Suruí. Os indígenas reconhecem dez espécies de primatas em seu território, sendo cinco delas ameaçadas de extinção, segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Entre as espécies em risco, o macaco-aranha-de-cara-preta (Ateles chamek) é considerado uma espécie-chave cultural, com múltiplas utilidades para a comunidade.
Os Paiter-Suruí utilizam o Ateles chamek para alimentação, medicina e artesanato. A carne é uma fonte importante de proteína, enquanto a banha é usada para cicatrização de feridas. Além disso, filhotes órfãos são frequentemente criados por meninas, promovendo vínculos afetivos e aprendizado cultural.
O Plano de Gestão Territorial e Ambiental, implementado em 2000, visa a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais. No entanto, a pesquisa aponta a necessidade de ações específicas para a proteção das espécies ameaçadas. A integração do conhecimento tradicional ao plano pode fortalecer a conservação dos primatas e a identidade cultural dos Paiter-Suruí, assegurando a coexistência entre biodiversidade e saberes ancestrais.
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