Gripe aviária: Brasil entra em alerta após registro em granja comercial em Montenegro

O Brasil enfrenta um novo desafio com a confirmação de um foco de gripe aviária em uma granja comercial em Montenegro, no Rio Grande do Sul, em maio de 2023. O Ministério da Saúde lançou um plano de contingência, mas sua execução tem sido lenta. Até o momento, o Centro de Operações de Emergência (COE) não foi ativado, e não há casos humanos suspeitos.

O plano, elaborado para garantir uma resposta eficaz a surtos, estabelece responsabilidades entre os níveis federal, estadual e municipal. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) classificou o foco em Montenegro como uma nova etapa na presença do vírus no Brasil, que até então estava livre da doença em aves comerciais. O país agora está em estado de alerta, exigindo medidas preventivas, mas a implementação dessas ações ainda não ocorreu de forma abrangente.

A execução do plano de contingência está restrita à articulação entre o Ministério da Saúde, o governo do Rio Grande do Sul e o município de Montenegro. O ministério informou que as ações estão sendo lideradas pelo Ministério da Agricultura, devido à ausência de casos humanos. Até agora, foram descartados casos suspeitos em trabalhadores da granja, mas o governo analisa nove possíveis casos entre animais em diferentes estados.

A vigilância é considerada crucial para evitar a propagação do vírus. Especialistas alertam que a gripe aviária pode ser a próxima pandemia, embora não haja relatos de transmissão entre humanos. As principais medidas de prevenção incluem restrições de contato com aves infectadas e uso de equipamentos de proteção individual (EPI) para trabalhadores expostos.

As granjas comerciais no Brasil já adotam rigorosas medidas de biossegurança, como desinfecção de veículos e controle de acesso. O primeiro caso em uma granja comercial pode resultar em perdas significativas, estimadas em mais de US$ 1 bilhão em vendas suspensas. No entanto, especialistas acreditam que o sistema de defesa agropecuária do Brasil é robusto e capaz de conter a situação, desde que não haja novos registros em 28 dias após a confirmação do foco.