27 de mai 2025

Donor de esperma com mutação genética rara gera 67 filhos e levanta preocupações
Doador de esperma com mutação genética rara gerou 67 crianças em oito países; 10 já têm câncer. Regulamentação das doações é urgente.
Foto:Reprodução
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Um doador de esperma portador de uma mutação genética rara, associada ao câncer, gerou pelo menos 67 crianças em oito países europeus. Dentre essas crianças, 10 já foram diagnosticadas com câncer, levantando preocupações sobre a regulação das doações. A informação foi apresentada por Edwige Kasper, bióloga do Hospital Universitário de Rouen, durante a conferência anual da Sociedade Europeia de Genética Humana, em Milão.
O doador, que se encontra saudável, possui uma mutação no gene TP53, relacionada à síndrome de Li-Fraumeni, que aumenta o risco de câncer. A mutação não era conhecida no momento da doação, realizada entre 2008 e 2015. As crianças concebidas com seu esperma estão distribuídas em países como Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Grécia, Espanha, Suécia e Reino Unido.
Treze crianças adicionais carregam a mutação, mas ainda não desenvolveram câncer. Elas necessitarão de exames médicos regulares devido ao risco elevado. O protocolo de acompanhamento inclui ressonâncias magnéticas e exames clínicos, que, embora estressantes, têm mostrado eficácia na detecção precoce de tumores.
Necessidade de Regulação
A situação destaca a falta de limites na quantidade de nascimentos permitidos a partir de um único doador. Ao contrário de casos como o de um doador holandês que gerou entre 500 e 600 filhos, este doador atuou apenas em um banco de esperma privado na Dinamarca. Julie Paulli Budtz, vice-presidente de comunicações do European Sperm Bank, afirmou que a instituição foi "profundamente afetada" pelo caso.
Atualmente, não há um limite europeu para o número de filhos de um único doador. A European Sperm Bank propõe um limite autoimposto de 75 famílias por doador, em resposta à variação das regulamentações entre países. Por exemplo, a França permite apenas 10 nascimentos, enquanto a Dinamarca permite 12 e a Alemanha até 15.
Kasper enfatizou a necessidade de uma regulação harmonizada em nível europeu para evitar situações semelhantes no futuro. A falta de um padrão comum pode levar a riscos significativos para a saúde das crianças concebidas a partir de doadores com mutações genéticas desconhecidas.
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