28 de mai 2025

Especialistas alertam que testosterona não é solução para cansaço ou emagrecimento
Entidades médicas alertam sobre os perigos do uso indiscriminado de testosterona em mulheres, ressaltando que a única indicação válida é para tratar o transtorno do desejo sexual hipoativo (TDSH) na pós menopausa, sempre após avaliação médica rigorosa. O diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Clayton Macedo, aponta que a prescrição crescente do hormônio para emagrecimento e alívio de sintomas da menopausa carece de respaldo científico. A ginecologista Maria Celeste Wender, presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), destaca que o conceito de “baixa testosterona” não é válido e que exames para medir os níveis do hormônio não são recomendáveis, exceto em casos específicos. No Brasil, não existem formulações de testosterona aprovadas para uso feminino, e a única disponível é destinada a homens, com concentrações que podem ser perigosas para mulheres. Além disso, o uso de implantes subcutâneos e fórmulas manipuladas, muitas vezes rotuladas como “bioidênticas”, é desaconselhado devido a riscos significativos, como eficácia imprevisível e efeitos colaterais graves. O único implante hormonal seguro aprovado no Brasil é o de levonorgestrel, utilizado como anticoncepcional. As entidades enfatizam que não há evidências que sustentem o uso de testosterona para fins estéticos ou de performance. A avaliação para o tratamento do TDSH deve considerar diversos fatores que influenciam o desejo sexual, e a testosterona deve ser considerada apenas após a reposição de estrogênio e progesterona, que frequentemente resolvem o problema. Os riscos do uso inadequado de testosterona incluem danos ao fígado e sérios eventos cardiovasculares. ### Linha fina: Entidades médicas alertam sobre os riscos da testosterona em mulheres, limitando seu uso ao tratamento do TDSH na pós menopausa.
Foto:Reprodução
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Entidades médicas emitiram um alerta sobre os riscos do uso indiscriminado de testosterona em mulheres. A nota, divulgada pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e pelo Departamento de Cardiologia da Mulher da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), destaca que a única indicação reconhecida para o hormônio é o tratamento do transtorno do desejo sexual hipoativo (TDSH) na pós-menopausa, após avaliação médica rigorosa.
O diretor da SBEM, Clayton Macedo, explica que a crescente prescrição de testosterona para mulheres tem gerado preocupações. O hormônio tem sido erroneamente indicado para emagrecimento, ganho de massa muscular e alívio dos sintomas da menopausa. Nenhuma dessas indicações possui respaldo científico. As entidades esclarecem que a diminuição dos níveis de testosterona ocorre gradualmente a partir dos 30 anos, independentemente da menopausa. Portanto, o tratamento hormonal recomendado continua sendo com estrogênio e progesterona.
Riscos e Mitos
A ginecologista Maria Celeste Wender, presidente da Febrasgo, ressalta que o conceito de “baixa testosterona” não é válido. Exames para verificar os níveis do hormônio não são recomendáveis, exceto para identificar condições como hiperandrogenismo. Atualmente, não há formulações de testosterona aprovadas pela Anvisa para uso feminino no Brasil. A única testosterona disponível é para homens, em concentrações muito superiores ao que seria seguro para mulheres.
Além disso, o uso de implantes subcutâneos e fórmulas manipuladas, frequentemente comercializadas como “bioidênticas”, é desaconselhado. Esses produtos apresentam riscos significativos, como eficácia imprevisível e efeitos colaterais graves. O único implante hormonal seguro aprovado no Brasil é o de levonorgestrel, utilizado como anticoncepcional.
Considerações Finais
As entidades médicas enfatizam que não há evidências para o uso de testosterona com fins estéticos ou de performance. A TDSH é a única indicação válida, e a avaliação deve considerar diversos fatores que podem influenciar o desejo sexual. O uso de testosterona deve ser a última opção, após a reposição de estrogênio e progesterona, que muitas vezes resolve o problema. Os riscos associados ao uso inadequado de testosterona incluem comprometimento do fígado e eventos cardiovasculares sérios.
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