Geleiras do mundo enfrentam derretimento irreversível com aquecimento global crescente

As geleiras do mundo enfrentam um futuro sombrio, segundo um estudo publicado na revista Science. Pesquisadores afirmam que, independentemente das ações climáticas, as geleiras perderão um terço de sua massa nos próximos mil anos. Mesmo que as temperaturas globais se estabilizassem nos níveis atuais, essa perda seria inevitável.

Limitar o aquecimento a 1,5 °C poderia preservar 54% da massa glaciar atual. O estudo, liderado por Lilian Schuster, da Universidade de Innsbruck, destaca que cada fração de grau a menos de aquecimento ajudará a manter o gelo. Atualmente, o mundo está projetado para um aumento de 2,7 °C até 2100, o que resultaria em uma perda média de 76% da massa glaciar.

As geleiras, embora representem menos de 0,5% do gelo global, têm um papel crucial no abastecimento de água e na regulação do nível do mar. O derretimento acelerado pode causar enchentes e deslizamentos de terra, como evidenciado pelo colapso de uma geleira na Suíça, que destruiu uma vila e deixou uma pessoa desaparecida.

O estudo utilizou oito modelos para analisar mais de 200 mil geleiras em diferentes cenários climáticos. Mesmo com um aquecimento de 1,2 °C, as geleiras ainda perderiam volumes significativos de gelo, contribuindo com cerca de 10 centímetros para o aumento do nível do mar. A pesquisa ressalta que, mesmo que as emissões de gases de efeito estufa fossem interrompidas hoje, 39% da perda de massa glaciar já está garantida.

Cientistas alertam que a perda de geleiras impactará comunidades ao redor do mundo. A água do degelo é vital para a agricultura e o abastecimento de água potável. A pesquisa enfatiza que, com políticas climáticas ambiciosas, ainda é possível salvar muitas dessas geleiras, que são essenciais para a ecologia e a economia.