Saúde

Uso indiscriminado de tadalafila cresce no Brasil e preocupa profissionais de saúde

Cresce o uso de tadalafila entre atletas, mas especialistas alertam para riscos à saúde e falta de evidências sobre benefícios no desempenho físico.

Consumo de tadalafila é especialmente preocupante quando combinado com o uso de testosterona, adverte cardiologista. (Foto: PooMtyKunG/Adobe Stock)

Consumo de tadalafila é especialmente preocupante quando combinado com o uso de testosterona, adverte cardiologista. (Foto: PooMtyKunG/Adobe Stock)

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O consumo de tadalafila no Brasil aumentou significativamente, passando de 21,4 milhões de unidades em 2020 para 67,7 milhões em 2024, conforme dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O uso do medicamento, indicado para disfunção erétil, tem se expandido entre atletas e frequentadores de academias, gerando preocupações entre profissionais de saúde.

O uso indiscriminado da tadalafila, que atua como um inibidor seletivo da enzima fosfodiesterase tipo 5 (PDE5), pode levar a riscos sérios. Especialistas alertam que o medicamento não é indicado para melhorar o desempenho esportivo. O urologista Luiz Otávio Torres, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), enfatiza que a tadalafila é segura apenas sob orientação médica.

A popularidade do medicamento entre atletas se baseia na crença de que ele pode aumentar o fluxo sanguíneo e, consequentemente, melhorar a performance física. No entanto, essa hipótese carece de evidências científicas robustas. O endocrinologista Clayton Macedo, diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), ressalta que a eficácia varia de pessoa para pessoa e não é garantida.

Riscos Associados

Os efeitos colaterais da tadalafila incluem dor de cabeça, tontura e queda da pressão arterial, podendo resultar em complicações graves durante atividades físicas intensas. A cardiologista Luciana Janot alerta que o uso do medicamento, especialmente em combinação com substâncias pré-treino ou álcool, pode aumentar o risco de arritmias e desmaios.

Além disso, o uso recreativo da tadalafila pode levar à dependência psicológica, onde o usuário acredita precisar do medicamento para ter desempenho sexual ou atlético. Torres destaca que isso pode resultar em disfunção erétil de origem psicogênica, dificultando o tratamento de condições subjacentes.

A Anvisa reitera que a venda da tadalafila deve ser feita com prescrição médica, mesmo que não exija retenção de receita. Entre 2019 e 2025, foram registradas 76 notificações de eventos adversos relacionados ao uso do medicamento. A agência expressa preocupação com o aumento da automedicação e do uso de substâncias controladas para fins estéticos ou de performance, alertando para os riscos à saúde pública.

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