Saúde

A inclusão de crianças com deficiência visual avança lentamente em Kenia

Apenas 28% da população da África Subsaariana tem acesso a correção visual, evidenciando a urgência de investimentos em saúde ocular.

Uma mulher em um exame de vista realizado durante um programa de revisão oftalmológica massiva no Dia Mundial da Visão 2023, em Abuja, Nigéria. (Foto: NurPhoto)

Uma mulher em um exame de vista realizado durante um programa de revisão oftalmológica massiva no Dia Mundial da Visão 2023, em Abuja, Nigéria. (Foto: NurPhoto)

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Jane Waithera, uma mulher com albinismo, teve sua vida transformada em 1996, quando recebeu seu primeiro par de óculos de uma clínica móvel no Quênia. Na época, aos dez anos, ela enfrentava dificuldades escolares devido à sua alta miopia. “Não conseguia ler o que os professores escreviam”, relatou. A clínica diagnosticou sua deficiência visual e prescreveu óculos que melhoraram sua visão, permitindo que ela se destacasse na escola.

Recentemente, um estudo publicado na revista The Lancet Global Health revelou que apenas 28% da população na África Subsaariana tem acesso a correção de erros refrativos. Essa estatística é alarmante, considerando que a média global é de 65% e nos países de alta renda chega a 84%. A falta de acesso a serviços de saúde visual impacta negativamente a educação e a produtividade de crianças e adultos.

Waithera, que atualmente é diretora da Unidade Asesora para a Inclusão de Pessoas com Deficiência na ONG Light for the World, alertou sobre a situação crítica. “Muitos crianças não têm acesso a diagnósticos e tratamentos adequados”, afirmou. Um em cada três crianças no mundo é míope, o que pode afetar seu desempenho escolar e, consequentemente, suas oportunidades de emprego no futuro.

Desafios no Acesso à Saúde Visual

A falta de serviços de saúde visual em áreas rurais e o alto custo dos óculos são barreiras significativas. A maioria dos serviços está concentrada em áreas urbanas, o que deixa as populações rurais sem opções. Além disso, a escassez de profissionais capacitados para realizar exames e prescrever óculos agrava a situação.

Em Kenia, cerca de 3,8 milhões de pessoas sofrem de problemas visuais, resultando em perdas de produtividade estimadas em R$ 262 milhões por ano. Waithera destacou que a conscientização sobre problemas de visão aumentou, mas o acesso a serviços continua limitado. “É difícil conseguir um bom diagnóstico e, mesmo com a prescrição, os custos são altos”, disse.

O estudo da OMS sugere que, para melhorar a situação, os governos devem aumentar os investimentos em saúde visual e incluir serviços de correção de visão nos pacotes de saúde pública. A colaboração com o setor privado também é essencial para garantir que mais pessoas tenham acesso a óculos e cuidados adequados.

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