06 de jun 2025
Famílias enfrentam frio e desconforto durante dedetização de abrigo em São Paulo
Famílias em abrigo de São Paulo enfrentam frio e desconforto ao esperar dedetização, com relatos de saúde precária e alimentação insuficiente.
Famílias precisam esperar no frio pelo término de limpeza em centro de acolhimento no Pari, em São Paulo. (Foto: Leonardo Fuhrmann/Folhapress)
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Na manhã desta sexta-feira (6), famílias em situação de vulnerabilidade enfrentaram dificuldades em São Paulo, aguardando em uma praça pública durante a dedetização do Centro Temporário de Acolhimento (CTA) 18. Com temperatura de 18°C, céu nublado e garoa, mulheres e crianças esperavam retornar ao abrigo, que é especializado em atendimento a famílias.
As mães relataram que foram obrigadas a deixar o local por volta das 9h e só poderiam voltar após as 15h. Essa situação, segundo elas, se repete semanalmente. Durante a espera, cada pessoa recebeu uma sacola com dois pães, uma garrafa de água, um suco e uma maçã, que seria a única refeição para muitos até o retorno ao abrigo.
Uma mulher angolana, que chegou ao Brasil com sua família há três meses, segurava sua filha de duas semanas no colo, enquanto outras mães também se preocupavam com o conforto e a saúde de seus filhos. Uma mulher venezuelana, que amamentava sua bebê de seis meses, expressou preocupação com a febre da criança e a falta de abrigo adequado durante a espera.
Condições precárias
As famílias afirmaram que são avisadas com uma semana de antecedência sobre a dedetização mensal. Uma delas mencionou que, quando consegue juntar dinheiro, paga uma diária em um hotel para ficar com os filhos. No entanto, nesta ocasião, não foi possível. Uma mulher, que vive no abrigo há cerca de um ano, mostrou marcas nos braços de ataques de percevejos e relatou ter cortado o cabelo por medo de doenças.
O CTA 18, inaugurado na gestão de João Doria, tem capacidade para duzentas e cinquenta pessoas e é administrado pela Associação Evangélica Beneficente, contratada pela gestão de Ricardo Nunes. A prefeitura e a associação não responderam até a publicação deste texto sobre as condições enfrentadas pelas famílias.
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