09 de jun 2025

Falta de dados padronizados compromete transparência nos hospitais brasileiros
Falta de transparência nos dados hospitalares no Brasil prejudica escolhas de pacientes. Iniciativas como a da Anahp buscam mudar isso, mas ainda carecem de acesso público.
Foto:Reprodução
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A falta de transparência nos dados de desempenho hospitalar no Brasil impede que pacientes façam escolhas informadas sobre onde se tratar. Atualmente, não existem indicadores de qualidade acessíveis e comparáveis, o que leva a decisões baseadas em critérios subjetivos, como recomendações pessoais ou marketing hospitalar.
Iniciativas como o Sistema de Indicadores Hospitalares da Anahp buscam padronizar e divulgar dados sobre qualidade assistencial, mas ainda não estão disponíveis ao público. Essa ausência de dados compromete a gestão da qualidade em saúde e impede a identificação de gargalos que necessitam de melhorias.
Os indicadores assistenciais, que incluem taxas de infecção hospitalar e mortalidade ajustada, são comuns em países que priorizam a transparência, como Estados Unidos e Reino Unido. O especialista em inovação em saúde, Clemente Nóbrega, destaca a importância de dados específicos sobre tratamentos, como taxas de sobrevivência em casos de câncer.
Estudos anteriores, como o da UFMG e do Iess, revelaram que cerca de 302,6 mil vidas são perdidas anualmente no Brasil devido a eventos adversos em hospitais. Apesar de iniciativas para promover a transparência, pouco avançou desde então. A ANS avalia operadoras de saúde, mas não os prestadores de serviços.
O Sistema de Indicadores Hospitalares da Anahp, criado há 17 anos, reúne dados de 176 hospitais privados e 50 públicos. Embora os hospitais tenham acesso a relatórios comparativos, essas informações não são divulgadas ao público. Para Antonio Brito, diretor-executivo da Anahp, é fundamental que os pacientes saibam sobre a qualidade dos serviços.
Para que a transparência avance, é necessária uma política nacional que defina indicadores mínimos a serem coletados e publicados por todos os hospitais. Esses dados devem ser auditados e disponibilizados em plataformas acessíveis. A padronização metodológica e a educação em saúde da população são essenciais para que os dados sejam compreendidos e utilizados de forma eficaz.
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