10 de jun 2025

Médico acorda momentos antes de cirurgia para remoção de órgãos nos EUA
Investigação federal revela que organização de doação de órgãos ignorou sinais de consciência em 73 casos, levantando preocupações éticas.

Foto:Reprodução
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Um homem do Kentucky, Anthony Thomas Hoover II, quase teve seus órgãos doados em 2021, mesmo apresentando sinais de consciência após uma overdose. Agora, uma investigação federal revelou que a organização responsável pelas doações ignorou sinais semelhantes em 73 casos.
A investigação analisou cerca de 350 casos em que a remoção de órgãos foi considerada. Em muitos deles, pacientes mostraram sinais de dor ou angústia enquanto eram preparados para o procedimento. Embora a maioria tenha morrido logo após, alguns conseguiram se recuperar. A prática em questão, chamada de "doação após morte circulatória", envolve pacientes que, embora em suporte de vida, ainda apresentam alguma função cerebral.
Os investigadores criticaram a Kentucky Organ Donor Affiliates, agora chamada de Network for Hope, por pressionar famílias e médicos a autorizar doações, mesmo diante de indícios de melhora na consciência dos pacientes. A organização afirmou que sempre segue as regras e não remove órgãos antes da morte ser declarada.
Um caso emblemático foi o de Hoover, que, após dois dias inconsciente, começou a se mover e chorar quando a equipe se preparava para a cirurgia. Registros mostram que ele estava "se debatendo na cama" e foi sedado para impedir movimentos. Um médico se recusou a retirar o suporte de vida, e Hoover acabou se recuperando, embora com lesões neurológicas permanentes.
A investigação identificou 103 casos com "características preocupantes", especialmente em hospitais rurais. A Network for Hope deve implementar mudanças, incluindo treinamento adicional e avaliações neurológicas a cada 12 horas. O gabinete do procurador-geral do Kentucky também está investigando a situação.
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