Governo suspende criação de galinhas livres por seis meses em todo o país

A confirmação do primeiro foco de gripe aviária em uma granja comercial em Montenegro, no Rio Grande do Sul, em 16 de maio, levou o Ministério da Agricultura a proibir a criação de aves ao ar livre por 180 dias. A medida, que se aplica a todo o país, visa conter a propagação da doença, que já afetou 172 aves no Brasil, incluindo quatro em criações de subsistência.

Além da proibição, o estado de emergência sanitária foi declarado em um raio de 10 quilômetros do foco em Montenegro. O governo poderá estender essa restrição se houver riscos sanitários persistentes. Se o Brasil não registrar novos casos em granjas comerciais por 28 dias após a contenção do foco, poderá solicitar à Organização Mundial de Saúde Animal o restabelecimento do status de zona livre da doença.

As consequências econômicas já são visíveis. Vinte países suspenderam as importações de carne de frango do Brasil, enquanto outros 19 restringiram as compras apenas do Rio Grande do Sul. Apenas quatro nações embargaram as importações da cidade de Montenegro. Em maio, as exportações do setor caíram 12,9%, totalizando 393,4 mil toneladas. Em termos financeiros, as vendas externas somaram US$ 741,1 milhões, uma queda de 9,5% em relação ao mês anterior.

Os primeiros casos de gripe aviária no Brasil foram registrados em aves silvestres em 2023, com a maioria dos casos confirmados em aves e alguns em leões-marinhos. A situação exige monitoramento contínuo para evitar a disseminação da doença e suas implicações econômicas.