Saúde

Jovens adotam estratégias inovadoras para enfrentar a crise de atenção atual

Crianças e adolescentes enfrentam aumento de depressão e automutilação devido à pressão nas redes sociais e à hiperconexão.

Rovena Rosa (Foto: Reprodução)

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A crescente utilização de celulares e redes sociais entre crianças e adolescentes tem gerado preocupações sobre a saúde mental dessa faixa etária. Estudos recentes indicam um aumento alarmante em casos de depressão e automutilação, especialmente entre meninas. A hiperconexão e a pressão por validação nas redes sociais estão fragilizando a geração atual.

Pesquisas mostram que adolescentes que passam mais de três horas diárias nas redes sociais têm o dobro do risco de desenvolver ansiedade e depressão. O filósofo e psicólogo social Jonathan Haidt, em seu livro "A Geração Ansiosa", destaca que a "infância baseada no celular" compromete o tempo livre e a imaginação. Meninas enfrentam intensa pressão por validação, enquanto meninos buscam refúgio em videogames e pornografia.

Impactos da Hiperconexão

A sobrecarga de informações e estímulos constantes afeta a memória, a aprendizagem e a saúde mental. O filósofo Paul Virilio chamou essa urgência de "Dromologia", referindo-se ao impacto da velocidade em nossas vidas. Crianças e adolescentes estão cada vez mais cansados, dormindo mal e se sentindo sozinhos. A minissérie "Adolescência", da Netflix, retrata essa realidade, mostrando personagens que sofrem com bullying e cyberbullying, além de estarem constantemente distraídos.

A atenção, essencial para a aprendizagem, é comprometida pela lógica dos feeds infinitos e das microrecompensas. O cérebro fragmentado se torna mais suscetível à manipulação e menos capaz de análises complexas. Para o neurocientista Stanislas Dehaene, a atenção é o primeiro dos quatro pilares da aprendizagem, fundamental para o processamento profundo do conhecimento.

Necessidade de Ambientes Favoráveis

Criar ambientes que promovam a atenção é crucial. A educadora Maria Montessori já defendia a importância de "ambientes preparados", que favorecem a exploração e o foco. Estratégias como pausas para respiração consciente e espaços sem telas podem ajudar a restaurar a capacidade de concentração.

Professores têm implementado práticas que melhoram a atenção dos alunos, como rotinas claras e materiais acessíveis. Fanny Sznelwar Minerbo e Beatriz Peres Rios, especialistas em educação, ressaltam que desenvolver o foco exige intencionalidade e um ambiente que acolha diferentes perfis de aprendizagem. A atenção não surge do comando, mas de um ciclo que envolve organização, relações e construção de sentido.

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