Equipe de Trump promete melhorar saúde infantil, mas cientistas duvidam

O governo dos EUA, liderado pelo secretário de Saúde Robert F. Kennedy Jr., prioriza a saúde infantil, enfatizando a necessidade de combater doenças crônicas desde a infância. Recentemente, mais de 1.900 bolsas de pesquisa foram canceladas pelo NIH, impactando estudos pediátricos. Um tribunal, no entanto, ordenou a reintegração de algumas dessas bolsas, especialmente as voltadas para comunidades LGBTQ+.

Kennedy, à frente do movimento Make America Healthy Again (MAHA), apresentou o relatório Make Our Children Healthy Again, que orienta ações federais para enfrentar doenças crônicas em crianças. Em uma declaração ao Senado, Kennedy afirmou: “Para os americanos serem saudáveis, devemos começar quando são crianças”. Contudo, cientistas temem que os cortes no financiamento da pesquisa comprometam essa meta. Desde que Kennedy assumiu o Departamento de Saúde e Serviços Humanos, o NIH anunciou cortes significativos, com o presidente Donald Trump propondo uma redução de 40% no orçamento do NIH para 2026.

A psicóloga Laura Anthony, do Children's Hospital of Colorado, descreveu os cortes como “catastróficos”, alertando que isso pode afetar uma geração inteira. O governo defende que as eliminações de bolsas focaram em projetos considerados desperdícios. No entanto, um juiz federal determinou que muitos dos cortes foram discriminatórios e sem justificativa.

Impacto nos Estudos Pediátricos

O relatório da MAHA destaca fatores como a superconsumo de alimentos ultraprocessados e a exposição a produtos químicos ambientais como causas de doenças crônicas. A geneticista Wendy Chung elogiou a ênfase do relatório em saúde mental e nutrição, mas expressou preocupação com a segurança das vacinas infantis. A American Academy of Pediatrics também manifestou apoio ao foco em prevenção, mas criticou a representação de suas diretrizes sobre obesidade.

Os cortes de financiamento afetam especialmente pesquisas sobre saúde de adolescentes, incluindo aqueles que buscam cuidados de afirmação de gênero. Um estudo revelou que quase 25% das bolsas canceladas estavam relacionadas à saúde de pessoas trans e de minorias de gênero. A presidente de pediatria da Brown University, Phyllis Dennery, ressaltou a necessidade de mais dados para guiar tratamentos adequados.

Em 16 de junho, um tribunal federal ordenou a restauração de algumas bolsas relacionadas a comunidades LGBTQ+ e negras, que haviam sido canceladas após uma ordem executiva de Trump que visava acabar com programas de diversidade. A administração pode apelar dessa decisão, mas os impactos sobre a saúde infantil e a pesquisa científica permanecem preocupantes.