Saúde

Geleiras da Suíça revelam buracos curiosos que lembram queijo suíço

Geleiras suíças derretem rapidamente, resultando em tragédias e riscos para a população, conforme alertam especialistas.

Matthias Huss, do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique e do grupo de monitoramento de geleiras GLAMOS, na geleira do Ródano, perto de Goms, Suíça (Foto: AP Photo/Matthias Schrader)

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O derretimento acelerado das geleiras suíças tem gerado preocupações entre especialistas e cientistas que monitoram os Alpes. Recentemente, o glaciologista Matthias Huss, do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, constatou buracos significativos no Glaciar do Ródano, um dos mais icônicos do país. Esse fenômeno, descrito por Huss como a transformação das geleiras em “queijos suíços”, é resultado das altas temperaturas e da redução das nevascas nos últimos anos.

A situação se agravou com uma avalanche de lama que atingiu o vilarejo de Blatten, no sudoeste da Suíça, após o colapso da Geleira Birch. O deslizamento destruiu parte da vila e resultou na morte de um homem de 64 anos, cujos restos foram encontrados dias depois. Autoridades locais destacam que a combinação de fatores geológicos e o aquecimento global contribuíram para essa tragédia.

Impactos do Derretimento

Huss explica que um glaciar saudável deve ser dinâmico, perdendo gelo nas partes inferiores e ganhando novas camadas de neve nas partes superiores. Contudo, o aumento das temperaturas interrompe esse ciclo, resultando em geleiras que apenas derretem sem renovação. “Essa falta de dinamismo é o que está por trás dos buracos que estão aparecendo”, afirma o glaciologista.

Além dos impactos visíveis nas montanhas, a redução das geleiras afeta o fornecimento de água potável e a agricultura em regiões distantes. Richard Alley, professor de geociências da Universidade Penn State, alerta que a diminuição do fluxo de água durante o verão, que atualmente é sustentado pelos glaciares, pode causar sérios problemas no futuro.

Medições e Previsões

Durante sua visita ao Glaciar do Ródano, Huss utilizou uma técnica tradicional para medir a perda de gelo, inserindo estacas metálicas no solo gelado. Em setembro do ano passado, uma estaca estava a 2,5 metros acima do solo; atualmente, está quase totalmente exposta, indicando uma perda significativa de massa. Em 2022, alguns glaciares chegaram a perder até 10 metros de gelo.

Embora a meta do Acordo de Paris busque limitar o aquecimento global a 1,5°C, Huss admite que muitos glaciares suíços já estão condenados ao desaparecimento. Ele observa que áreas que monitorou por duas décadas simplesmente deixaram de existir. A rápida transformação das geleiras é um fenômeno fascinante para a pesquisa, mas preocupante para o futuro ambiental.

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