Saúde

Consumo de cocaína e crack permanece estável no Brasil, aponta pesquisa recente

Estudo da Unifesp mostra que 5,38% da população já usou cocaína; pandemia reduziu consumo entre adolescentes e adultos.

Cocaína rosa — Foto: Divulgação/Conselho Federal de Farmácia

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Um levantamento inédito da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) revela que o uso de cocaína e crack no Brasil se manteve estável nos últimos 10 anos, com uma redução significativa entre adolescentes. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira, 25 de outubro de 2023, e mostram que 5,38% da população já consumiu cocaína, enquanto 1,39% usou crack.

A pesquisa, que ouviu 16.608 brasileiros em 349 municípios, não incluiu pessoas em situação de rua. Os dados foram comparados com um levantamento anterior de 2012. O estudo, parte do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD III), foi realizado pela Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (Uniad) da Unifesp, em parceria com a Ipsos e financiado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Entre os entrevistados, 8,14% dos consumidores de cocaína eram homens e 2,77% eram mulheres. 33,2% dos que experimentaram a droga tornaram-se usuários, e 75% deles relataram ter desenvolvido dependência química. Além disso, 50,5% dos usuários expressaram preocupação com seu consumo, e 23,2% afirmaram que o uso está fora de controle.

Impactos do Isolamento Social

A professora Clarice Madruga, coordenadora da pesquisa, destacou que o período de isolamento social durante a pandemia de Covid-19 funcionou como um fator de proteção contra o uso de drogas. 29,4% dos adolescentes e 15,3% dos adultos afirmaram ter parado de usar cocaína. A pesquisa também revelou que 13,4% dos adultos e 10,1% dos adolescentes reduziram o consumo.

O crack, derivado da cocaína, foi consumido por 1,39% dos entrevistados, uma leve queda em relação aos 1,44% de 2012. O consumo recente diminuiu de 0,64% para 0,48%. A maioria dos usuários é composta por homens adultos entre 25 e 49 anos com baixa escolaridade. A vulnerabilidade social é um fator de risco significativo para o uso de crack.

Acesso e Dependência

Cerca de 0,72% da população brasileira relata dependência de cocaína e/ou crack, totalizando aproximadamente 1,2 milhão de pessoas. Contudo, apenas 1 em cada 10 buscou tratamento. O acesso a essas drogas é considerado fácil, com 55,1% afirmando que a cocaína e 50,3% que o crack são de fácil obtenção, principalmente devido ao baixo custo.

Madruga enfatiza que, apesar da estabilidade nos índices, o Brasil continua entre os países com os maiores níveis de consumo dessas substâncias. A identificação precoce do uso é crucial para evitar agravamentos, e a saúde pública deve abordar o consumo de drogas de maneira holística.

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