Saúde

Coreia do Sul proíbe consumo de carne de cachorro e redefine cuidados com animais

Criadores de cães enfrentam endividamento e incertezas com a proibição da venda de carne de cachorro na Coreia do Sul, que começa em 2024.

Estima-se que existam meio milhão de cães em fazendas de carne em todo o país (Foto: Hyunjung Kim/BBC News)

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Quando não está pregando a palavra de Deus, o reverendo Joo Yeong-bong, de 60 anos, enfrenta um dilema: a proibição da venda de carne de cachorro na Coreia do Sul, que entra em vigor em 2024. A legislação, aprovada em janeiro de 2023, permite que criadores como Joo encerrem suas atividades até fevereiro de 2027. Estima-se que existam cerca de 500 mil cães em fazendas de carne no país, e muitos criadores estão lutando para vender os animais restantes.

Criadores de cães, como Chan-woo, de 33 anos, enfrentam dificuldades para se desfazer de seus animais. Ele possui 600 cães e teme a possibilidade de prisão após o prazo de tolerância. "Não consigo processar o número de cães que tenho", afirma. A falta de um plano claro do governo para realocar os cães resgatados gera preocupações entre ativistas e criadores, que temem pela eutanásia dos animais.

A Humane World for Animals Korea (Hwak) destaca que, apesar da proibição, o governo e grupos civis ainda buscam soluções para os cães restantes. Um porta-voz do Ministério da Agricultura afirmou que os governos locais assumiriam a responsabilidade pelos cães entregues, mas a realocação tem se mostrado desafiadora. A superlotação nos abrigos de resgate é uma realidade, e muitos cães enfrentam a perspectiva de serem sacrificados.

Enquanto isso, alguns criadores tentam soluções alternativas, como enviar cães para adoção em países como Canadá e Estados Unidos. A proibição da carne de cachorro reflete uma mudança cultural na Coreia do Sul, onde a percepção sobre o consumo de carne de cachorro tem se tornado cada vez mais negativa. Uma pesquisa de 2024 revelou que apenas 8% da população havia consumido carne de cachorro no último ano.

Com a proibição, muitos criadores se veem sem alternativas para sustentar suas famílias. Joo expressa preocupação com o futuro de seus colegas: "As pessoas estão se afogando em dívidas". A incerteza sobre o que acontecerá com os cães restantes e a falta de um plano eficaz do governo geram um clima de desespero entre aqueles que dependem dessa indústria.

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