29 de jun 2025

Setor de saúde avalia novo modelo de plano focado em consultas e exames
Proposta da ANS pode beneficiar milhões que dependem do SUS, mas gera preocupações sobre a sobrecarga do sistema público.

Novo modelo ofereceria só o básico (Foto: Maria Isabel Oliveira/Agência O Globo)
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Avaliada como uma alternativa para revitalizar o setor de saúde suplementar, a proposta da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de criar um plano de saúde limitado a consultas e exames está em análise. A ideia, que surgiu em fevereiro, visa ampliar o acesso ao sistema, mas gera controvérsias sobre sua eficácia e impacto no Sistema Único de Saúde (SUS).
O plano, que não cobre atendimentos de urgência e internação, está sendo avaliado por uma câmara técnica. A ANS argumenta que a proposta é direcionada a consumidores que atualmente dependem do SUS e utilizam serviços pagos, como clínicas populares e cartões de desconto. Estima-se que cerca de 50 milhões de brasileiros estão inseridos nesse cenário, com a ANS projetando até 60 milhões de consumidores fora do sistema regulado.
A consultora Luciane Infanti, da Eloss, destaca que o aumento das despesas com saúde privada, que em 2023 movimentaram R$ 578 bilhões, reflete a busca por serviços mais acessíveis. Cerca de 34% da Classe C depende exclusivamente do SUS, enquanto 46% recorre a atendimentos privados fora das operadoras. A proposta da ANS pode ser uma opção para os 27,6 milhões de trabalhadores formais sem plano de saúde.
A ANS acredita que o novo plano pode aliviar a pressão sobre o SUS, especialmente na atenção primária. Uma pesquisa do Instituto Locomotiva revela que 42% dos brasileiros consideram a demora no agendamento de consultas e exames como o principal problema da saúde pública. Apesar do interesse de 61% dos entrevistados na proposta, há preocupações sobre a sobrecarga dos atendimentos de média e alta complexidade no SUS.
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