Saúde

Análise da água da chuva em São Paulo aponta contaminação alarmante, diz estudo

Estudo da Unicamp alerta para a contaminação da água da chuva em São Paulo por agrotóxicos, incluindo substâncias proibidas.

Dispersão da contaminação por agrotóxicos na chuva ocorre em diferentes pontos do Estado, revela estudo da Unicamp. (Foto: Werther Santana/Estadão)

Dispersão da contaminação por agrotóxicos na chuva ocorre em diferentes pontos do Estado, revela estudo da Unicamp. (Foto: Werther Santana/Estadão)

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Um estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) revelou a presença de 14 agrotóxicos na água da chuva em São Paulo, incluindo substâncias proibidas. A pesquisa, realizada ao longo de dois anos, levantou preocupações sobre a contaminação ambiental e os riscos à saúde.

As amostras foram coletadas nas cidades de São Paulo, Campinas e Brotas, abrangendo diferentes usos do solo. A pesquisa identificou que o herbicida atrazina estava presente em 100% das amostras, enquanto o fungicida carbendazim, proibido no Brasil, foi encontrado em 88%. O herbicida tebuthiuron foi detectado pela primeira vez na água da chuva, em 75% das amostras.

A contaminação da água da chuva é resultado da presença de poluentes na atmosfera, que se depositam nas gotas de chuva. A professora Cassiana Montagner, que orientou o estudo, destacou que, embora não haja risco imediato, a exposição contínua pode afetar a saúde humana e animal a longo prazo. A pesquisa sugere que a água da chuva pode conter resíduos de agrotóxicos, que também são encontrados na água de abastecimento.

Impactos e Preocupações

O estudo foi publicado na revista Chemosphere e enfatiza a relação entre o uso de agrotóxicos e a contaminação ambiental. A pesquisa coletou amostras entre agosto de 2019 e setembro de 2021, revelando que a contaminação por agrotóxicos não se limita a áreas rurais, mas também afeta regiões urbanas, como a capital paulista.

Além disso, a pesquisa identificou que o herbicida 2,4-D, amplamente utilizado em lavouras de cana-de-açúcar, apresentou alta concentração em Brotas. Essa substância é preocupante devido aos seus efeitos adversos na fertilidade humana e à sua capacidade de transporte pelo ar.

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo informou que realiza monitoramento constante sobre o uso de agrotóxicos no estado. A legislação paulista, aprovada em maio de 2023, estabelece penalidades para irregularidades no uso desses produtos, com 57 multas já aplicadas desde então.

A pesquisa da Unicamp serve como um alerta sobre a persistência dos agrotóxicos no meio ambiente e a necessidade de práticas agrícolas mais sustentáveis. A contaminação da água da chuva pode impactar não apenas a saúde pública, mas também a qualidade da água consumida pela população.

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