Mineração em águas profundas prejudica ecossistemas marinhos no Pacífico remoto

A mineração em águas profundas, especialmente a extração de nódulos polimetálicos no Pacífico, pode causar danos significativos à vida marinha, conforme apontou uma pesquisa recente financiada pela The Metals Company. O estudo, realizado pela agência científica do governo australiano, analisou os impactos potenciais dessa atividade em organismos marinhos, desde pequenos invertebrados até grandes predadores.

Os nódulos polimetálicos, ricos em metais como cobalto e níquel, estão localizados em grandes áreas do fundo do mar do Pacífico, particularmente na Zona Clarion-Clipperton. A The Metals Company planeja iniciar a exploração desses recursos nos próximos dois anos. A pesquisa revelou que a mineração pode resultar em reduções imediatas significativas na abundância de espécies como pepinos-do-mar, vermes marinhos e crustáceos. Embora algumas dessas espécies possam se recuperar em um ano, os organismos filtradores apresentam recuperação mínima.

Impactos nos Predadores

O estudo também abordou como a mineração pode afetar predadores como tubarões e peixes-espada. As plumas de sedimentos geradas pela atividade de mineração podem levar ao acúmulo de metais tóxicos no sangue desses animais. No entanto, as simulações indicaram que as concentrações de metal não ultrapassariam as diretrizes internacionais de saúde, e o impacto seria menor se o sedimento fosse despejado em profundidades maiores.

Piers Dunstan, cientista da pesquisa, destacou que os impactos locais da mineração são consideráveis e que é crucial garantir clareza sobre os riscos e efeitos na vida marinha e nos ecossistemas. As empresas de mineração continuam a desenvolver tecnologias para a coleta dos nódulos, utilizando máquinas robóticas e rastreadores do fundo do mar. A discussão sobre a mineração em águas profundas permanece intensa, à medida que os riscos ambientais se tornam cada vez mais evidentes.