10 de jul 2025
Clínicas de fertilização crescem no país com a menor taxa de natalidade do mundo
Demanda por tratamentos de fertilidade cresce na Coreia do Sul, refletindo novas atitudes em relação à formação de famílias.

A Coreia do Sul, lar das menores taxas de natalidade do mundo, está vendo um boom na indústria da fertilidade (Foto: Getty Images)
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A Coreia do Sul enfrenta uma grave crise demográfica, com a taxa de natalidade atingindo 0,72 filhos por mulher em 2023. No entanto, em 2024, houve um leve aumento para 0,75, refletindo mudanças nas atitudes sobre planejamento familiar. As clínicas de fertilidade estão experimentando uma demanda crescente, com um aumento de 50% nos tratamentos entre 2018 e 2022, totalizando cerca de 200 mil procedimentos.
Em Seul, um em cada seis bebês nasceu com a ajuda de tratamentos de fertilidade. Kim Mi-ae, de 36 anos, relatou que as clínicas estão lotadas, com esperas que podem ultrapassar três horas. Essa situação é um reflexo do desejo crescente de muitos sul-coreanos de formar famílias, apesar das barreiras financeiras e sociais.
Mudanças nas Atitudes
Especialistas, como Sarah Harper, professora de Gerontologia, observam que a nova geração busca planejar suas vidas de forma mais consciente. Isso inclui mulheres solteiras congelando óvulos e casais optando por fertilização in vitro (FIV) quando enfrentam dificuldades para engravidar. Jennifer Sciubba, do Population Reference Bureau, destaca que isso indica que muitos ainda desejam ter filhos, mas enfrentam obstáculos significativos.
As pressões sociais, como longas jornadas de trabalho e altos custos de educação, continuam a desencorajar muitos jovens. A média de idade para o primeiro filho é de 33,6 anos, uma das mais altas do mundo. Apesar do aumento na taxa de natalidade, a população sul-coreana envelhece rapidamente, com uma em cada cinco pessoas com 65 anos ou mais.
Apoio Governamental
O governo sul-coreano tem implementado subsídios para tratamentos de fertilidade, oferecendo até 2 milhões de wons (aproximadamente R$ 8,1 mil) para congelamento de óvulos e 1,1 milhão de wons (cerca de R$ 4,4 mil) para cada ciclo de FIV. Contudo, muitos relatam que os custos adicionais podem ser altos, dificultando o acesso a esses tratamentos.
As dificuldades financeiras e culturais permanecem, mas a crescente demanda por tratamentos de fertilidade sugere que muitos sul-coreanos ainda desejam ter filhos. A situação atual revela um cenário complexo, onde o desejo de formar uma família é frequentemente confrontado por desafios significativos.


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