31 de jan 2025
Solidão é tema central em série da OMS que busca promover conexões sociais globais
A solidão é um problema de saúde pública global, afetando 24% da população. A OMS planeja um Relatório sobre Conexão Social e políticas para combater a solidão. Histórias de pessoas solitárias foram compartilhadas na série "The Social Connection Series". A falta de conexões sociais aumenta riscos à saúde mental e física, como doenças cardiovasculares. Grupos intencionais têm mostrado eficácia no combate à solidão, promovendo conexões reais.
(Foto: Alexander Spatari /Getty Images)
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Maria Ondosia Mawero, do Quênia, viveu perdas significativas, incluindo a morte de seu marido e filhos, o que a deixou com um profundo sentimento de isolamento. Ela descreve sua situação como “sofrimento puro”. A série “The Social Connection Series”, lançada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), retrata histórias como a de Amy Kavanagh, que esconde sua cegueira, e Imad, um sírio que se sente solitário em Viena. A OMS reconhece a solidão como um problema de saúde pública, enfatizando que a falta de conexões sociais pode ser tão prejudicial quanto fatores de risco conhecidos, como o tabagismo.
Estudos indicam que a solidão está associada a problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, e pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares em até 30%. A OMS estima que uma em cada quatro pessoas idosas e entre 5% e 15% dos adolescentes enfrentam solidão. A pandemia de covid-19 exacerbou essa situação, com um aumento de 25% na prevalência de problemas mentais no primeiro ano. Em 2024, uma pesquisa revelou que 24% da população mundial se considera solitária, totalizando cerca de 1 bilhão de pessoas.
A Comissão sobre Conexão Social da OMS, co-presidida por Chio Mpemba e Vivek H. Murthy, busca coletar dados sobre o isolamento social e suas consequências até 2026. O foco inicial é aumentar a conscientização e mapear evidências sobre o impacto da solidão. A OMS planeja lançar um índice global e um guia de melhores práticas para combater o isolamento social, inspirando-se em iniciativas de países como a Inglaterra, que criou um Ministério para a Solidão em 2017.
No Brasil, o Ministério da Saúde se concentra na Rede de Atenção Psicossocial, com mais de 3 mil Centros de Atenção Psicossocial. A economista Noreena Hertz aponta que a solidão é resultado de fatores como individualismo crescente e desinvestimento em infraestrutura comunitária. Especialistas destacam a importância de atividades culturais e grupos intencionais para combater a solidão, com estudos mostrando que 83% das pessoas acreditam que experiências culturais ajudam a reduzir essa sensação. A tecnologia, embora contribua para a desconexão, também pode ser uma ferramenta para promover conexões significativas.
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