18 de jan 2025
Desemprego e saúde mental preocupam atletas de clubes menores no Campeonato Carioca
A saúde mental dos jogadores de futebol, antes um tabu, agora é prioridade. Três dos oito clubes menores do Campeonato Carioca já têm psicólogos. A Portuguesa, sem calendário após o Estadual, enfrenta pressão intensa. Atletas lidam com ansiedade e incertezas sobre o futuro profissional. O acompanhamento psicológico melhora o desempenho e a saúde mental dos jogadores.
Ivan Oliveira, psicólogo da Portuguesa, com o lateral Kevin; o clube da Ilha do Governador tem acompanhamento desde o fim de 2023. (Foto: Matheus Sanches/Portuguesa)
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A saúde mental dos jogadores de futebol, antes considerada um tabu, ganhou destaque, especialmente durante os campeonatos estaduais. A preocupação com a incerteza de emprego após o término do Campeonato Carioca, que se encerra em março, afeta diretamente os atletas de clubes menores. Atualmente, três dos oito clubes de menor investimento na competição contam com um psicólogo para apoiar seus elencos. A Portuguesa, por exemplo, enfrenta a realidade de não ter calendário após o Estadual, o que intensifica a pressão sobre seus jogadores, cujos contratos se encerram em breve. Ivan Oliveira, psicólogo do clube, destaca que a responsabilidade financeira com a família é uma das principais fontes de ansiedade.
O goleiro do Bangu, Victor Brasil, que recentemente decidiu se aposentar para cuidar do filho recém-nascido, compartilha sua experiência com a pressão de garantir um emprego em clubes menores. Ele ressalta que a instabilidade financeira e a necessidade de boas apresentações para assegurar um novo contrato são desafios constantes. “Se eu não fizesse boas apresentações, eu não garantiria que teria emprego daqui a dois, três meses”, afirma Brasil, evidenciando a realidade difícil enfrentada por muitos atletas.
Além do medo do desemprego, os jogadores também lidam com questões como a distância da família e a ansiedade pré-competitiva. O trabalho dos psicólogos vai além de ouvir os problemas; eles criam um ambiente seguro para que os atletas se sintam à vontade para compartilhar suas preocupações. Fernanda Rodrigues, psicóloga do Bangu, implementa dinâmicas em grupo e exercícios de concentração para ajudar os jogadores a lidarem com a pressão e a ansiedade, promovendo uma melhor saúde mental e desempenho em campo.
Atualmente, além da Portuguesa e do Bangu, o Nova Iguaçu também conta com um profissional de psicologia. Outros clubes, como Sampaio Corrêa, Madureira, Boavista e Maricá, ainda não possuem esse suporte. O Boavista reconhece a importância da saúde mental e está em processo de implementação de uma equipe de psicologia, enquanto o Maricá planeja firmar um convênio com o departamento de Psicologia ainda neste semestre.
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