Diagnóstico de Parkinson é clínico e exige avaliação cuidadosa, alerta especialista

O diagnóstico da doença de Parkinson continua sendo um desafio para médicos e pacientes, conforme destacado pelo professor Egberto Reis Barbosa, chefe do Ambulatório de Distúrbios do Movimento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Em entrevista ao programa CNN Sinais Vitais, ele esclareceu que não existem exames definitivos para confirmar a doença, sendo o diagnóstico essencialmente clínico.

Barbosa explicou que exames como a ressonância magnética de 3 tesla são complementares e ajudam a identificar alterações na substância negra do cérebro. No entanto, ele enfatizou que esses testes não substituem a avaliação clínica. "Não tem nenhum exame diagnóstico", afirmou o especialista, ressaltando a importância da análise dos sintomas.

Os sintomas da doença variam significativamente entre os pacientes. O tremor é frequentemente o primeiro sinal que leva à suspeita de Parkinson, mas Barbosa alertou que cerca de 20% dos pacientes não apresentam tremores durante a evolução da doença. Nesses casos, conhecidos como "síndrome rígido acinética", o diagnóstico pode ser mais demorado e complexo.

Barbosa destacou que a ausência de tremores pode levar a confusões com outras condições, como problemas ortopédicos, onde a imobilidade pode causar dores articulares. Essa variação nos sintomas reforça a necessidade de uma avaliação médica cuidadosa para um diagnóstico preciso da doença de Parkinson.