07 de mai 2025
Haenyeo de Jeju Island revelam adaptações genéticas para mergulho sem oxigênio
Estudo revela adaptações genéticas nas Haenyeo, mulheres mergulhadoras da Coreia do Sul, que podem revolucionar tratamentos para pressão arterial.
As mergulhadoras 'haenyeo' da Coreia do Sul coletam frutos do mar, uma tradição que remonta a séculos. (Foto: Chung Sung-Jun/Getty)
Ouvir a notícia:
Haenyeo de Jeju Island revelam adaptações genéticas para mergulho sem oxigênio
Ouvir a notícia
Haenyeo de Jeju Island revelam adaptações genéticas para mergulho sem oxigênio - Haenyeo de Jeju Island revelam adaptações genéticas para mergulho sem oxigênio
As Haenyeo, mulheres do mar da ilha de Jeju, na Coreia do Sul, têm uma tradição de mergulho sem equipamento que remonta a séculos. Um estudo recente revelou adaptações genéticas que permitem a essas mergulhadoras tolerar melhor a pressão e o frio, além de apresentar uma redução na pressão arterial.
Pesquisadores da Universidade da Califórnia, Los Angeles, e da Universidade de Utah analisaram 30 Haenyeo, 30 mulheres não mergulhadoras da ilha e 31 residentes do continente. O estudo, publicado na revista Cell Reports, identificou variações genéticas que podem ter evoluído para ajudar as Haenyeo a lidar com o estresse fisiológico do mergulho livre.
As Haenyeo mergulham em busca de frutos do mar, como ouriços-do-mar e abalone, descendo até 18 metros de profundidade. Elas praticam essa atividade durante todo o ano, mesmo durante a gravidez. A pesquisa mostrou que as mergulhadoras têm uma frequência cardíaca que diminui significativamente durante os mergulhos, o que ajuda a conservar oxigênio.
Além disso, o estudo revelou que os residentes de Jeju têm uma variante genética associada à pressão arterial mais baixa, encontrada em 33% das participantes da ilha, em comparação com apenas 7% entre as do continente. Essa adaptação pode ter surgido para proteger os fetos durante a gravidez, quando a pressão arterial elevada pode ser perigosa.
Os pesquisadores também notaram que as Haenyeo demonstram uma tolerância notável ao frio, o que pode estar relacionado a outra variação genética que as torna menos suscetíveis à hipotermia. A tradição das Haenyeo foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2016, destacando seu papel na economia local e no empoderamento feminino.
O estudo levanta questões sobre como essas adaptações genéticas podem influenciar tratamentos para distúrbios de pressão arterial. A pesquisa continua, com o objetivo de entender melhor as implicações médicas dessas descobertas e a singularidade das Haenyeo.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.