Butantan inicia produção de vacina contra dengue, mas vacinação em massa não está prevista

O Instituto Butantan iniciou a produção das primeiras doses da vacina Butantan-DV contra a dengue em São Paulo, com a meta de 1 milhão de doses para este ano e 100 milhões até 2027. O registro da vacina está em fase de submissão à Anvisa, que ainda não definiu um prazo para conclusão do processo. A vacina, que é tetravalente e pode ser aplicada em uma única dose, demonstrou uma taxa de eficácia geral de 79,6%, sendo 89% para casos graves da doença.

Esper Kallás, diretor-técnico do Butantan, destacou que a vacina oferece uma proteção significativa ao sistema imunológico, dificultando a multiplicação do vírus após a picada do mosquito Aedes aegypti. A produção ocorre no "prédio da dengue" do instituto, onde já se iniciou o processo de qualificação da equipe e dos equipamentos. A Butantan-DV, se aprovada, será a primeira vacina de dose única contra a dengue no mundo, com potencial para atender uma ampla faixa etária.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, informou que não haverá vacinação em massa contra a dengue em 2025, pois o governo aguarda a aprovação da Anvisa para integrar a vacina ao Sistema Único de Saúde (SUS). Para este ano, a capacidade de entrega do Butantan é limitada a 1 milhão de doses. A expectativa é que, após a incorporação ao SUS, a faixa etária apta a receber o imunizante seja ampliada.

Em 2023, São Paulo registrou mais de 2 milhões de casos de dengue, o maior número desde o início da série histórica em 2000, resultando em 2.050 mortes. Nos primeiros dias de 2024, já foram confirmados 19.636 casos e cinco mortes, com mais 37.138 casos e 81 mortes ainda em investigação. A vacina Butantan-DV é vista como uma importante ferramenta no combate a uma doença que afeta a saúde pública desde a década de 1980.