Purdue Pharma e Sacklers firmam acordo de R$ 44 bilhões, mas com novas condições complicadas

Sete meses após a Suprema Corte dos Estados Unidos ter rejeitado um acordo preliminar de US$ 6 bilhões, a Purdue Pharma e a família Sackler propuseram um novo acordo de US$ 7,4 bilhões para resolver litígios relacionados à crise de opioides. Este novo acordo, anunciado pela procuradora-geral de Nova York, Letitia James, não garante imunidade aos Sacklers em futuros processos, uma condição que havia sido previamente exigida por eles. O novo valor inclui um pagamento adicional de US$ 500 milhões em relação ao acordo anterior, mas requer que os reclamantes reservem até US$ 800 milhões para um fundo de defesa legal para os Sacklers.

O acordo visa compensar estados, municípios e indivíduos afetados pela epidemia de opioides, que já causou mais de 500 mil mortes nos EUA. A Purdue e os Sacklers são amplamente responsabilizados pela crise, especialmente devido à comercialização do OxyContin, um analgésico com alto potencial de dependência. A procuradora Letitia James destacou que 14 estados estão a bordo do novo acordo, mas a aceitação por parte de todos os reclamantes ainda é incerta. Aqueles que não concordarem com os novos termos poderão processar os Sacklers, que afirmaram que se defenderão vigorosamente.

A Purdue Pharma já havia se declarado em falência em 2019, suspendendo temporariamente os processos judiciais. O novo acordo surge em um contexto onde a empresa e seus executivos enfrentaram diversas acusações de engano sobre os riscos do OxyContin. Desde 2007, a Purdue e seus executivos foram multados em mais de US$ 600 milhões por práticas enganosas. A crise de opioides é considerada uma das piores crises de saúde pública nos Estados Unidos, com um impacto devastador em comunidades em todo o país.

O novo acordo, embora represente um avanço na resolução dos litígios, ainda deixa muitas questões em aberto. A necessidade de um fundo de defesa legal para os Sacklers é vista como um ponto controverso entre os reclamantes, que esperam compensação imediata. A situação continua a evoluir, com a Purdue e os Sacklers enfrentando um complexo cenário jurídico e social enquanto tentam mitigar os danos causados pela crise de opioides.