29 de jan 2025
Desinformação antivacina se transforma em lucrativo modelo de negócios na América Latina
Um mapeamento inédito revelou quase 5 milhões de usuários em comunidades conspiracionistas na América Latina e Caribe. O Brasil lidera em participação, com cerca de 2,5 milhões de usuários, representando 1% da população. Comunidades promovem desinformação sobre "detox vacinal" e passaportes vacinais falsificados, gerando lucro. O dióxido de cloro é vendido como cura milagrosa, com mais de 346 mil mensagens promovendo o produto. Desinformação se torna um modelo de negócio, explorando medos e desconfianças da população.
Foto: Reprodução
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A desinformação nas redes sociais, especialmente no Telegram, tem se mostrado um negócio lucrativo, revelando uma rede de quase 5 milhões de usuários envolvidos em comunidades de teorias da conspiração na América Latina e no Caribe. Um mapeamento inédito identificou que o Brasil lidera em número de participantes, com cerca de 2,5 milhões de usuários, representando aproximadamente 1% da população do país. Essas comunidades, que incluem grupos antivacinas e terraplanistas, são responsáveis por 57% das mensagens circuladas na região, abrangendo uma variedade de narrativas desinformativas.
Entre as práticas nocivas, destaca-se a promoção de soluções milagrosas, como o dióxido de cloro (ClO₂), que é vendido como um "detox vacinal" e prometido como cura para doenças graves. O levantamento apontou 346.789 mensagens promovendo essa substância, com um alcance acumulado de mais de 643 milhões de visualizações. Além disso, as comunidades de "medicamentos off label" e "antivacinas" somam quase 2 milhões de usuários, com 15 milhões de conteúdos e 21 bilhões de visualizações.
Outro aspecto alarmante é a venda de passaportes vacinais falsificados, com 12.069 mensagens identificadas no Brasil, alcançando mais de 7 milhões de visualizações. Essa prática criminosa surge da desconfiança em relação às vacinas, criando um mercado paralelo que se alimenta da desinformação. A pesquisa revela que a desinformação não é apenas uma crença, mas um modelo de negócio que explora vulnerabilidades.
Para combater esse fenômeno, é essencial implementar políticas públicas que regulamentem as plataformas, ampliem a fiscalização sobre produtos nocivos e fortaleçam a educação midiática. A compreensão da dimensão econômica da desinformação é crucial para desarticular esse ciclo e proteger a saúde pública.
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