31 de jan 2025
Medir a hesitação vacinal pode ajudar profissionais de saúde a combatê-la
Robert F. Kennedy Jr. enfrenta críticas por suas crenças sobre vacinas em audiência. Ele fez afirmações infundadas sobre imunidade racial e vacinas contra covid 19. A hesitação vacinal é um problema global, com 22 milhões de crianças sem vacina. Pesquisadores desenvolvem questionários para entender e combater a hesitação vacinal. A desinformação de Kennedy contribui para o aumento de surtos de doenças preveníveis.
"Enfermeira administrando uma dose de reforço da vacina a um paciente idoso sentado em uma poltrona perto de uma janela (Foto: Lesley Martin - Pool/Getty Images)"
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Robert F. Kennedy Jr., indicado por Donald Trump para liderar as agências de saúde dos EUA, está enfrentando um intenso escrutínio durante sua audiência de confirmação no Senado. O evento tem sido marcado por trocas acaloradas e revelações prejudiciais, especialmente sobre suas opiniões controversas sobre vacinas. Kennedy, conhecido por sua crítica às vacinas, tem disseminado desinformação e até processado empresas farmacêuticas que as produzem.
A hesitação vacinal é um tema central nas discussões atuais. Jonathan Kantor, da Universidade da Pensilvânia e da Universidade de Oxford, desenvolveu uma escala para medir essa hesitação, que abrange uma variedade de opiniões e medos sobre vacinas. Ele identificou três categorias principais de preocupações: crenças sobre a saúde, medo da dor da injeção e a necessidade de "fazer sua própria pesquisa". A pesquisa de Kantor, que incluiu questionários com mil pessoas, revelou que essas preocupações podem prever a disposição de alguém em se vacinar.
Nicole Vike, da Universidade de Cincinnati, adotou uma abordagem diferente, utilizando aprendizado de máquina para analisar como as percepções de riscos e recompensas influenciam a decisão de vacinar. Sua equipe entrevistou mais de quatro mil pessoas, criando um modelo que pode prever a probabilidade de vacinação com base em respostas a imagens diversas. Esses dados podem ajudar as agências de saúde a identificar áreas com maior necessidade de vacinação.
A hesitação vacinal representa uma ameaça significativa à saúde pública. A UNICEF estima que um milhão e quinhentos mil crianças morrem anualmente de doenças evitáveis por vacinas. Em 2024, os EUA relataram dezesseis surtos de sarampo, e mais de vinte e dois milhões de crianças globalmente perderam a primeira dose da vacina contra a doença em 2023. Especialistas alertam que a hesitação está criando um ambiente propício para o ressurgimento de doenças que poderiam ser prevenidas.
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